Os russos começam nesta
sexta-feira a votar em uma eleição presidencial cujo resultado parece definido
antes mesmo do fechamento das urnas. Sem concorrentes viáveis ou que ameacem
seu favoritismo, Vladimir Putin deve garantir ainda no primeiro turno mais um
mandato, e permanecer no cargo até 2030, pelo menos. A votação começou, de
maneira antecipada, em algumas áreas isoladas e em territórios ocupados na
Ucrânia, e segue até o domingo.
A
confiança em uma nova vitória — que seria a quinta desde 2000 — foi tanta que o
presidente sequer fez campanha ou participou de debates. Em agosto do ano
passado, antes da confirmação da candidatura, o secretário de Imprensa do
Kremlin, Dmitry Peskov, disse em uma sincera entrevista ao New York Times que,
além de esperar uma reeleição fácil, considerava que a disputa “não era
realmente uma democracia, mas sim uma custosa burocracia”.
Pouco
depois, Peskov afirmou ao site RBK ter sido mal interpretado pelo jornal
americano, mas completou afirmando que “teoricamente” a votação não era
necessária porque “era óbvio que Putin será reeleito”. Com frequência também
são citados os números de aprovação do presidente: na sondagem mais recente, de
fevereiro, o instituto independente Levada estimou que a popularidade dele é de
86%.
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