Enchentes
em sete províncias no oeste do Afeganistão já deixaram pelo menos 32 mortos até
este sábado (30), segundo estimativa do governo do país. De acordo com o
porta-voz da Autoridade Nacional de Gerenciamento de Desastres do Afeganistão,
outras 12 pessoas estão desaparecidas e mais de 700 casas estão destruídas ou
danificadas.
No
Irã, segundo a imprensa oficial, morreram 45 pessoas nesta semana. A televisão
estatal afirma que pelo menos 11 aldeias localizadas perto dos rios Dez e
Karkheh, no sudoeste do país, estão sendo evacuadas enquanto autoridades
liberam água de duas grandes represas ao longo dos rios, devido às previsões de
mais chuvas.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Segundo a agência de notícias estatal iraniana, a
Irna, o ministro da Saúde do país afirmou que essas são as chuvas mais fortes
registradas lá em uma década. A polícia reforçou pedidos para que as pessoas
evitem viagens desnecessárias, embora o Irã esteja comemorando o feriado de ano
novo em Nowruz, uma época em que muitas famílias viajam. No
Afeganistão, as inundações, que começaram a se espalhar na quinta (28),
destruíram abrigos improvisados onde ficavam famílias que perderam casas,
afirmou o porta-voz, Hasibullah Shir Khani.
Ocorrência
comum no país — embora geralmente não tão graves —, as enchentes destruíram
centenas de casas, alguns locais históricos, milhares de hectares de terras
agrícolas, pontes e rodovias, disse Jilani Farhad, porta-voz da província. O
país tem pouca infraestrutura, como valas e esgotos, para gerenciar o
escoamento de água da chuva ou do derretimento da neve.
Centenas
de milhares de pessoas no país já tinham sido obrigadas a deixar seus lares por
conta de uma seca severa no ano passado. Além disso, o Afeganistão enfrenta, há
17 anos, uma guerra contra o Talibã. Outra enchente no começo do mês também
causou destruição e colocou a colheita do ano em risco.
"Eles
tinham o problema da seca, as inundações e o conflito. São pessoas muito
pobres, e aí perdem tudo o que têm", disse o secretário-geral da Sociedade
do Crescente Vermelho Afegão, Nilab Mobarez. "Não é tão simples para eles
continuarem com suas vidas." Crianças
andavam com dificuldade através da água da enchente, com lama que alcançava os
joelhos e invadia tendas dos acampamentos para desabrigados, mesmo depois que a
chuva parou. Algumas famílias penduravam roupas, colchões e roupas de cama que
ainda poderiam ser usadas para secar.
"Há uma enorme destruição causada pelas
enchentes", disse Ahmad Jawed Nadem, chefe de refugiados e repatriamento
de Herat, província na fronteira com o Irã. Em uma área, ele disse que viu mais
de 200 casas destruídas. Só em Herat, oito pessoas morreram, disse Abdul Hakim
Tamana, chefe da saúde pública da província.
"Minha
casa e terra foram destruídas pelas inundações.Quando você vê a destruição, é
de chorar", relatou Shir Ahmad, morador de um vilarejo de Herat. A
Visão Mundial disse que dezenas de milhares de afegãos foram afetados. Alguns
moradores da província de Badghis afirmaram que essa foi a pior tempestade em
20 anos, segundo a organização.
G1
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