“Não nos esqueçamos que a
condição de toda missão na Igreja é estar unidos a Cristo. Caso contrário,
faremos ativismo social”. Foi o que disse o Papa Francisco ao receber em
audiência nesta segunda-feira, 29, os participantes do Capítulo Geral dos
Missionários de São Carlos Borromeu, também conhecidos como Carlistas ou
Scalabrinianos.
Antes
de entregar o seu discurso e proferir algumas palavras improvisadas, o
Pontífice ouviu a saudação do novo superior-geral, eleito quarta-feira passada,
o brasileiro Padre Leonir Chiarello. Depois, comentou o tema do Capítulo:
“Encontro e caminho. Jesus caminhava com eles”, inspirado na narração dos
discípulos de Emaús, que encontram Jesus ressuscitado no decorrer do caminho.
Migrantes
“Trata-se
de encontrar estradas sempre novas de evangelização e de proximidade, a fim de
realizar com fidelidade dinâmica o seu carisma, que os coloca a serviço dos
migrantes”, disse o Papa. De fato, a Congregação fundada em 1887 pelo Beato
João Batista Scalabrini nasceu para assistir os emigrantes italianos que
partiam na época para o continente americano.
“Hoje, como ontem, esta
missão se realiza em contextos difíceis, às vezes caracterizados por atitudes
de desconfiança e de preconceito, senão até mesmo de rejeição pelo
estrangeiro”, analisou Francisco, exortando os scalabrianos a um entusiasmo
apostólico ainda mais corajoso e perseverante, para levar o amor de Cristo aos
que, distantes da pátria e da família, correm o risco de se sentiram inclusive
distantes de Deus.
Ouvir e caminhar
Jesus que
caminha com os discípulos de Emaús mostra que a evangelização se faz caminhando
com as pessoas, acrescentou o Pontífice. Antes de tudo, é preciso ouvir os
migrantes: “Quantas histórias existem nos corações dos migrantes! (…) O risco é
que o migrante se torna uma pessoa desarraigada, sem face, sem identidade. Esta
é uma gravíssima perda que pode ser evitada com a escuta, caminhando ao lado
das pessoas e das comunidades migrantes.”
Ativismo social
Para
Francisco, acompanhar os migrantes é uma missão antiga e sempre nova; difícil e
às vezes dolorosa, mas capaz de fazer chorar de alegria. Do encontro fecundo
entre o carisma do beato Scalabrini e as circunstâncias históricas amadureceu o
estilo próprio dos missionários, com uma atenção especial à dignidade da pessoa
humana, especialmente onde é mais ferida e ameaçada.
“Queridos
irmãos, não nos esqueçamos que a condição de toda missão na Igreja é que
sejamos unidos a Cristo Ressuscitado como os ramos na videira. Caso contrário,
faremos ativismo social. Por isso, repito também a vocês a exortação de
permanecer Nele. Nós, por primeiros, necessitamos deixar-nos renovar na fé e na
esperança por Jesus vivo na Palavra e na Eucaristia, mas também no perdão sacramental.”
Vida comunitária
saudável
Por fim, o
Papa ressaltou ainda a necessidade de uma vida comunitária saudável, “simples,
não banal, não medíocre”, e encorajou os missionários a prosseguirem o caminho
de compartilha com os leigos, enfrentando juntos os desafios atuais; assim como
a cuidar dos itinerários de formação permanente.
Canção Nova
Nenhum comentário:
Postar um comentário