segunda-feira, 29 de outubro de 2018

ELEIÇÕES: João Doria é eleito governador de São Paulo


João Doria (PSDB) é eleito governador de São Paulo neste domingo 28. O  tucano recebeu 51,75% dos votos válidos, contra 48,25% de seu opositor e atual governador, Márcio França (PSB).

No primeiro turno da eleição, Doria teve 31,7% dos votos válidos e França, 21,5%. Ontem, o Datafolha apontava leve vantagem do socialista, com 51% da preferência, contra os 49% do tucano. 

Publicitário, jornalista e empresário, Doria ficou conhecido por apresentar talk-shows e organizar eventos entre o empresariado e político brasileiros, que deram as bases para a sua empresa chamada Grupo Doria. Filho de político, o pai do tucano teve o mandato cassado pelo Ato Institucional 1, que ocorreu logo após o golpe militar de 1964. A família precisou se exilar por dez anos em Paris. 

Se elegeu prefeito da capital paulista nas eleições de 2016 no primeiro turno. Apesar disso, o tucano ficou apenas um ano e três meses no governo municipal com propostas polêmicas, como a farinata para a merendas das crianças. Abandonou a gestão porque queria tentar a Presidência. Novo no PSDB, teve que recuar de suas ambições originais por falta de apoio dos "cabeças brancas" do partido. Decidiu assim disputar o pleito estadual.

Mesmo tento vivido os efeitos da ditadura na própria família, Doria demonstra bastante afinidade com as declarações violentas, autoritária e nada democráticas do candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL). Tanto que declarou apoio e voto ao ex-militar, apostando numa captação de votos do eleitorado do pesselista. Ele é o maior impulsionador da hashtag #BolsoDoria e reproduz a fala do pesselista nas coletivas dadas a imprensa.

Logo após o primeiro turno, seu partido, o PSDB, declarou neutralidade na corrida presidencial, fato que o tucano se vangloria por dizer que influenciou na decisão da legenda. Apesar disso, a Esquerda Pra Valer - corrente do partido que se considera progressista - declarou apoio conjunto à candidatura de Fernando Haddad (PT).

A deferência de Doria a Bolsonaro não pareceu ser recíproca. Recentemente o tucano foi ao Rio de Janeiro com o propósito de gravar propaganda eleitoral com o ex-militar, porém  não foi recebido por seu admirador. Um dia depois o pesselista respondeu a imprensa com ares indiferentes sobre a não-visita do tucano.

Nos bastidores, porém, fala-se que o encontro foi barrado por um dos coordenadores de campanha, o major Olímpio, que é um forte apoiador da candidatura de Márcio França.

Carta Capital

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