João Doria (PSDB) é eleito governador
de São Paulo neste domingo 28. O tucano recebeu 51,75% dos votos válidos,
contra 48,25% de seu opositor e atual governador, Márcio França (PSB).
No
primeiro turno da eleição, Doria teve 31,7% dos votos válidos e França, 21,5%.
Ontem, o Datafolha apontava leve vantagem do socialista, com 51% da
preferência, contra os 49% do tucano.
Publicitário,
jornalista e empresário, Doria ficou conhecido por apresentar talk-shows e
organizar eventos entre o empresariado e político brasileiros, que deram as
bases para a sua empresa chamada Grupo Doria. Filho de político, o pai do tucano
teve o mandato cassado pelo Ato Institucional 1, que ocorreu logo após o golpe
militar de 1964. A família precisou se exilar por dez anos em Paris.
Se
elegeu prefeito da capital paulista nas eleições de 2016 no primeiro turno.
Apesar disso, o tucano ficou apenas um ano e três meses no governo municipal
com propostas polêmicas, como a farinata para a merendas das
crianças. Abandonou a gestão porque queria tentar a
Presidência. Novo no PSDB, teve que recuar de suas ambições originais por falta
de apoio dos "cabeças brancas" do partido. Decidiu assim disputar o
pleito estadual.
Mesmo
tento vivido os efeitos da ditadura na própria família, Doria demonstra
bastante afinidade com as declarações violentas, autoritária e nada
democráticas do candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL). Tanto
que declarou apoio e voto ao ex-militar, apostando numa captação de votos
do eleitorado do pesselista. Ele é o maior impulsionador da hashtag #BolsoDoria
e reproduz a fala do pesselista nas coletivas dadas a imprensa.
Logo
após o primeiro turno, seu partido, o PSDB, declarou neutralidade na corrida
presidencial, fato que o tucano se vangloria por dizer que influenciou na
decisão da legenda. Apesar disso, a Esquerda Pra Valer - corrente do partido
que se considera progressista - declarou apoio conjunto à candidatura de
Fernando Haddad (PT).
A
deferência de Doria a Bolsonaro não pareceu ser recíproca. Recentemente o
tucano foi ao Rio de Janeiro com o propósito de gravar propaganda eleitoral com
o ex-militar, porém não foi recebido por seu admirador. Um dia depois o
pesselista respondeu a imprensa com ares indiferentes sobre a não-visita do
tucano.
Nos
bastidores, porém, fala-se que o encontro foi barrado por um dos
coordenadores de campanha, o major Olímpio, que é um forte apoiador da
candidatura de Márcio França.
Carta
Capital
Nenhum comentário:
Postar um comentário