A caravana de migrantes que tenta
chegar aos EUA, em sua maioria hondurenhos, completou neste sábado (27) mais
uma etapa de cerca de oito horas rumo à Cidade do México, e o governo reiterou
sua oferta de ajuda a quem pedir refúgio e decidir não seguir viagem.
Os migrantes
deixaram o estado de Chiapas, na fronteira com a Guatemala, e chegaram à tarde
em Tapanatepec, Oaxaca, onde vão pernoitar. A quilométrica coluna humana foi
parada momentaneamente pela polícia em uma estrada na altura da comunidade de
Las Arenas, no município de Arriaga, Chiapas, a 25 km de Tapanatepec, constatou
uma equipe da AFP.
"O que aconteceu é que o governo
enviou representantes da gendarmeria e do Instituto Nacional (INM) de Migração
para se assegurar de que os estrangeiros conhecem o plano lançado ontem
(sexta-feira) pelo presidente para eles e felizmente não houve nenhum
confronto", disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos de Chiapas,
Juan Gabriel Mendoza, que atuou como intermediário.
O presidente
Enrique Peña Nieto lançou
nesta sexta um programa dirigido a migrantes, denominado
"Você está em casa" (Estás en tu casa) e que oferece assistência
médica, educação e inclusive trabalho temporário a centro-americanos sem
documentos, com a condição de que solicitem refúgio e permaneçam nos estados de
Oaxaca e Chiapas, este último fronteiriço com a Guatemala.
A secretaria
de governo (ministério do Interior) assegurou que já foram entregues 11 cédulas
de identidade a migrantes que pediram refúgio e que com esse documento poderão
trabalhar até que seu caso se resolva.
"Com o
acompanhamento de pessoal do Escritório no México do Alto Comissariado da ONU
para os Refugiados, os beneficiados pelo plano foram transferidos pelas
autoridades do INM aos dois novos abrigos de portas abertas, onde permanecerão
enquanto continuam seus processos de pedido de refúgio", destacou um
comunicado do Governo.
Defensores
de direitos humanos denunciaram que aqueles que pedem refúgio terminam sendo
praticamente detidos ao ser levados a instalações nas quais são obrigados a
ficar confinados. Depois de duas horas na blitz policial, os centro-americanos
seguiram sem incidentes seu caminho rumo à Cidade do México.
A ONU estima
que esta caravana tenha reunido 7.000 pessoas, mas a organização Povos sem
Fronteira, que as acompanha, considera que algumas delas ficaram pelo caminho e
outras decidiram voltar, o que reduziu o número a mais de 4.000 ao chegar a
Arriaga, onde vão passar a noite.
Portal G1
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