O Brasil voltou a integrar a
lista dos 20 países com maior número de crianças não vacinadas no mundo. Os
dados são de relatório divulgado nesta terça-feira (15) pelo Unicef (Fundo das
Nações Unidas para a Infância) e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com
base em informações de 2024.
O país havia deixado o ranking
em 2023 depois de avanços na cobertura vacinal. No entanto, com a piora no
último ano, retornou à lista, ocupando agora a 17ª posição global.
Em 2024, cerca de 229.000
crianças brasileiras não receberam nenhuma dose da DTP, conhecida como vacina
tríplice bacteriana e administrada como vacina pentavalente pelo PNI (Programa
Nacional de Imunizações). O imunizante protege contra difteria, tétano e
coqueluche. Em 2023, eram 103.000 crianças nessa condição.
A DTP é considerada um dos
principais indicadores de acesso à imunização de rotina. A ausência da 1ª dose
classifica a criança como “zero dose”, ou seja, que não recebeu nenhuma vacina.
Na região da América Latina, só o México apresentou número absoluto maior de
crianças não vacinadas em 2024, com 341.000 registros. Globalmente, o Brasil
ficou atrás de países como Mianmar, Costa do Marfim e Camarões.
CENÁRIO GLOBAL
Em 2024, 89% das crianças no
mundo (cerca de 115 milhões) receberam ao menos uma dose da DTP, e 85%
(aproximadamente 109 milhões) completaram as 3 doses.
Em relação a 2023, cerca de
171.000 crianças a mais receberam ao menos uma vacina e 1 milhão a mais
completaram o esquema de 3 doses da DTP. Segundo a OMS, “embora os avanços
sejam modestos, eles indicam progresso contínuo dos países em proteger as crianças,
mesmo diante de desafios crescentes”.
Apesar dos avanços, 14,3
milhões de crianças ainda não receberam nenhuma dose de vacina, e outras 5,7
milhões foram apenas parcialmente imunizadas. Em 2024, nenhuma das 17 vacinas
monitoradas atingiu a meta mínima de 90% de cobertura.
De acordo com a OMS, a falta
de acesso à imunização está relacionada a diversos fatores, como falhas na
oferta de serviços, desigualdade territorial, conflitos armados, instabilidade
política e desinformação sobre vacinas.
Via: Poder
360


Nenhum comentário:
Postar um comentário