sábado, 12 de julho de 2025

ALERTA: Campanha Julho Verde orienta população sobre sinais silenciosos do câncer

Uma afta que demora mais de 15 dias para cicatrizar pode ser mais do que um incômodo passageiro. Segundo Edilson Pinho, cirurgião de cabeça e pescoço, esse tipo de lesão persistente está entre os sinais que exigem investigação médica. O médico alerta para sintomas que, embora comuns, podem indicar tumores na boca, garganta, laringe, tireoide e até na pele.

O foco do alerta é a campanha Julho Verde, voltada à conscientização sobre os cânceres de cabeça e pescoço. A proposta é ampliar o conhecimento sobre os fatores de risco e os caminhos para o diagnóstico precoce. “Ferida que não cicatriza, rouquidão, dificuldade de engolir ou dor de garganta que dure mais de 15 dias devem ser investigadas. Isso não quer dizer que é câncer, mas é o tempo que exige atenção”, explicou o médico, em entrevista à TV Tropical.

No caso da tireoide, o principal sinal costuma ser o aparecimento de um nódulo no pescoço, o famoso “caroço”, que cresce de forma progressiva. Já nos cânceres de cavidade oral e laringe, podem surgir feridas, dores, dificuldade para engolir ou falar, alterações vocais e desconfortos persistentes que imitam inflamações. “A persistência do sintoma é o que deve acender o alerta”, reforçou. A exposição solar, por sua vez, é o principal vilão nos casos de câncer de pele. A recomendação é o uso de proteção mesmo nos dias nublados, sobretudo para quem trabalha ao ar livre. 

Durante todo o mês, a Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer, em parceria com a UFRN e prefeituras do Estado, está promovendo ações em cidades como Natal, Currais Novos e São Paulo do Potengi. As atividades envolvem triagens com médicos e dentistas, atendimento assistencial e orientação da população, especialmente nos postos de saúde. “A ideia é prevenir e, ao mesmo tempo, identificar precocemente possíveis casos, em parceria com profissionais locais”, disse Edilson.

Os fatores de risco mais frequentes para os tumores da região da cabeça e pescoço envolvem o tabagismo, o consumo de álcool e a exposição solar, no caso dos cânceres de pele. O médico também chamou atenção para o impacto do vírus HPV, especialmente nos casos de câncer de garganta, e para o uso do cigarro eletrônico. “As substâncias presentes no ‘vape’ também são cancerígenas. Já temos evidência mostrando relação com câncer de boca e garganta”, afirmou.

Outro ponto abordado é a prevenção por meio da vacinação. A imunização contra o HPV, disponível no SUS para adolescentes, é uma ferramenta essencial para evitar infecções que mais tarde podem se transformar em tumores. “O aumento do câncer de garganta no Brasil está muito ligado a isso. Vacinar as crianças hoje é uma forma de proteger os adultos de amanhã”, afirmou o cirurgião.

Além de maus hábitos como tabagismo e alcoolismo, até próteses dentárias mal posicionadas podem causar inflamação crônica e se tornarem fatores de risco para lesões malignas. “Tudo que gera agressão constante pode virar uma porta de entrada para o câncer”, alertou o médico.

A campanha, que busca chamar atenção para um tema ainda pouco discutido, aposta na informação como melhor ferramenta de combate. “Quando o paciente chega ao consultório com um sintoma que já está ali há semanas, muitas vezes ele perdeu a chance de tratar de forma mais simples. A gente quer que as pessoas entendam que, quanto antes, melhor”, concluiu Edilson.

VIA: Agora RN

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