A Rússia realizou um ataque
com mísseis e drones contra a cidade de Kiev, capital da Ucrânia, na madrugada
desta quinta-feira (31), matando ao menos oito pessoas e ferindo outras 88, de
acordo com autoridades ucranianas. A lista de mortos inclui um menino de seis
anos. As ofensivas começaram a atingir a região por volta da meia-noite.
Segundo matéria da Folha de
São Paulo, ao nascer do sol, equipes de emergência apagavam incêndios e
cortavam blocos de concreto em busca de sobreviventes por toda a cidade. O
presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou que o ataque russo lançou mais
de 300 drones e oito mísseis contra Kiev. Já as Forças Armadas do país
relataram cinco ataques diretos de mísseis e 21 ataques de drones em 12 locais,
e disseram ter derrubado 288 drones e três mísseis de cruzeiro.
O Ministério da Defesa da
Rússia, por sua vez, diz ter alvejado apenas aeródromos militares e depósitos
de munição, bem como empresas ligadas ao que chamou de complexo
militar-industrial da Ucrânia. O que contradiz a declaração do prefeito de
Kiev, Vitali Klitschko, que afirma que nove crianças foram feridas nos ataques
— o maior número em uma única noite na cidade desde que a Rússia iniciou a
guerra, há três anos e meio.
Autoridades ucranianas ainda
relatam que escolas e hospitais foram danificados em 27 locais diferentes da
cidade. Moscou nega realizar ataques contra civis, mas, nos últimos meses, tem
intensificado os ataques aéreos contra cidades ucranianas longe da linha de
frente da guerra.
“O ataque foi extremamente insidioso e deliberadamente calculado para sobrecarregar o sistema de defesa aérea”, escreveu Zelenski na rede social X. Ele postou ainda um vídeo de uma construção em ruínas pegando fogo e disse que os ataques mataram um menino de seis anos e sua mãe, mas posteriormente editou a publicação para remover a referência à mulher. “Hoje o mundo viu mais uma vez a resposta da Rússia ao nosso desejo de paz, junto com Estados Unidos e Europa. Portanto, paz sem força é impossível”, disse o líder por uma mensagem no Telegram.
O novo ataque russo ocorre em meio a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um dos principais aliados da Ucrânia na guerra, de impor tarifas e outras medidas contra a Rússia em até dez dias caso o governo de Vladimir Putin não demonstre progresso nas tratativas para encerrar o conflito. A medida foi anunciada na terça-feira (29). “Esta é a resposta de Putin aos prazos de Trump”, disse a primeira-ministra ucraniana, Iulia Sviridenko, referenciando os ataques desta quinta. “O mundo deve responder com um tribunal e pressão máxima.”
O ministro das Relações
Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiha, defendeu que esta “é hora de aplicar a
máxima pressão sobre Moscou”. “É uma manhã horrível para Kiev”, escreveu o
chanceler na rede social X, onde apelou para “sincronizar todas as medidas de
sanção e impor a paz pela força”.


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