Reportagem especial do jornal
O Globo apontou que a favela da Rocinha, a maior do Rio de Janeiro, é sitiada
pelo Comando Vermelho. Segundo a reportagem, após sucessivas disputas, a facção
rival Amigos dos Amigos (ADA), o CV assumiu o controle e construiu lá um
“bunker” com nada menos que 1.500 fuzis nas mãos dos traficantes, segundo
estimativas de integrantes da cúpula da Segurança Pública do estado. O arsenal
é até sete vezes maior do que o número de armas disponíveis em um batalhão
operacional da Polícia Militar.
Imagens de drone da PM
registradas durante uma operação mostram cerca de 400 homens armados fugindo
pela mata, reforçando a tese de que Rocinha virou uma base estratégica – também
usada por criminosos de outras regiões como “home office” ou abrigo seguro —
conforme destacado na série “Gatilho da violência”.
Com fuzis se transformando em
moeda de troca e símbolo de poder, líderes do tráfico passaram a atuar no
“atacado”, comprando armas e munições em larga escala. Uma troca de mensagens
obtida pela polícia revela negociações que incluem 500 caixas de munição
calibre 7,62 por R$ 75 mil e um fuzil AR‑556 por R$ 51 mil. Videos como esse
abaixo, que teria sido gravado em uma comunidade do Rio de Janeiro, ganharam as
redes sociais:
Contudo, as imagens com armas
de grosso calibre não são exclusividade do Rio de Janeiro. No RN, mais
precisamente na zona Oeste de Natal, uma disputa entre facções cirminosas, que
coloca o Comando Vermelho em confronto com o Sindicato do Crime, também fez
surgir imagens como essas abaixo, feitas por pessoas que se dizem integrantes
desses grupos criminosos. As imagens servem para provocar adversários e expor
“força” e “domínio”.
Essa lógica abastece
territórios como o Complexo do Alemão, outro reduto do CV. Lá, traficantes com
ligações internacionais — incluindo contatos no Paraguai, Peru, Bolívia e
Colômbia — fornecem armas a quadrilhas diversas. A polícia apreendeu 725 fuzis
no Rio em 2024, muitos deles “copyfakes” de origem americana, além de versões
caseiras montadas com peças de airsoft e outros materiais. A maioria provém do
Paraguai, entrando pela fronteira e seguindo para os grandes centros.
Via: Blog do FM


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