O governo federal contratou
uma inteligência artificial na tentativa de combater fraudes em benefícios
sociais e de aposentadoria. A ferramenta foi desenvolvida por uma grande
empresa norte-americana que atua no ramo, com custo de US$ 10,5 milhões.
O valor foi informado ao
Poder360 durante uma entrevista exclusiva com o presidente do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social), Alessandro Stefanutto, em 17 de janeiro. Ele não
quis compartilhar o nome da companhia desenvolvedora do sistema, que está em
estágio de testes de segurança. “Queremos pôr nos processos de trabalho, quer
pôr IA [Inteligência Artificial] para verificar no sistema a concessão de
benefício fora do padrão para você bloquear. Tem um potencial muito grande, se
for bem usada aqui no INSS”, declarou Stefanutto.
Uma inteligência artificial
simula habilidades humanas a partir do aprendizado por sistemas computacionais.
A ideia é que a tecnologia comprada pelo governo comece as operações ainda no
1º semestre de 2025, com a implementação em duas etapas. O valor pago pelo
contrato seria de aproximadamente R$ 63,4 milhões, ao considerar a cotação
atual do dólar. O acordo determina o pagamento em 18 parcelas.
A responsável pela contratação
foi a Dataprev. Empresa pública ligada ao Ministério da Gestão que analisa os
dados do INSS. “A Dataprev contratou, de novembro para dezembro, finalmente, a
inteligência artificial que vai começar a ler os atestados e fazer batimento de
comportamentos”, disse Stefanutto.
O Instituto Nacional do Seguro
Social é responsável por operacionalizar uma série de benefícios. Não
significa, entretanto, que são administrados pelo órgão. Um exemplo é o BPC
(Benefício de Prestação Continuada), pagamento de 1 salário mínimo por mês a
idosos de 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência com baixa renda. O
Ministério do Desenvolvimento Social define o que as diretrizes e distribuição
do auxílio. O INSS recebe as instruções e faz a operação de distribuição do
dinheiro.
Um esquema similar é realizado
com o seguro-defeso, auxílio pago a pescadores quando a atividade está suspensa
para o período de reprodução dos peixes. O BPC foi alvo de uma revisão de
gastos. O Congresso Nacional aprovou parte das mudanças de regras para o
benefício com a expectativa de economizar R$ 2 bilhões em 2 anos –valor
considerado baixo para analistas financeiros.
Alessandro Stefanutto disse
que iniciativas como a Inteligência Artificial devem influenciar o ajuste nas
contas públicas: “Acabam ajudando a fazer as economias que se comprometem com o
governo, daí que vão sair. Tem mais coisa, mas aí são coisas que eu não posso
contar enquanto não implementar”.
Além da inteligência
artificial, o INSS deslocou 150 funcionários públicos recém-chamados de
concurso público para o MOB (Movimento Operacional de Benefício), responsável
por combater fraudes e irregularidades.
Via: Poder
360
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