O Rio Grande do Norte se
destacou como o primeiro estado do Brasil a criar um Centro de Operações de
Emergência em Saúde (COE) para o combate à dengue e outras doenças transmitidas
pelo mosquito Aedes aegypti. A ação, coordenada pela Secretaria de Estado da
Saúde Pública (Sesap), tem como objetivo intensificar as medidas de prevenção e
reduzir os focos do mosquito, contando com a colaboração de órgãos estaduais,
municipais e federais.
A inauguração do COE ocorreu
na última quinta-feira (16), na sede da Sesap, em Natal, com a participação de
diversos representantes das esferas de governo. Durante o evento, foram
estabelecidas estratégias emergenciais que priorizam 30 municípios com maior
risco de surto. No momento, o estado encontra-se em alerta devido ao aumento
significativo de casos de dengue, mas, até o momento, não há registros de
internações por complicações da doença.
Desde o final de 2024, o RN
tem observado um crescimento preocupante nas notificações de dengue, com um
aumento de 185% nos casos entre as duas primeiras semanas de janeiro em
comparação com o final do ano anterior. Além disso, o estado está atento ao risco
do retorno da dengue tipo 3, que não circula no RN há 17 anos e pode gerar
casos mais graves, já que muitos potiguares nunca tiveram contato com esse
sorotipo.
A coordenadora de Vigilância
em Saúde da Sesap, Diana Rego, destacou a importância do monitoramento
constante, especialmente em relação à dengue tipo 3, e enfatizou que o estado
precisa estar preparado para agir rapidamente caso haja um aumento significativo
nos casos.
Medidas Emergenciais
Com a instalação do COE,
diversas ações emergenciais foram programadas para serem executadas
imediatamente, como:
- Erradicação de focos do mosquito: Intensificação
das atividades de limpeza em espaços públicos e propriedades abandonadas,
visando eliminar possíveis criadouros.
- Campanhas educativas: Ações de
conscientização para informar a população sobre a importância de eliminar
focos do mosquito dentro das residências.
- Fortalecimento da assistência à saúde: Articulação
entre hospitais e unidades de saúde para garantir a agilidade no
atendimento aos pacientes que apresentem sintomas da doença.
- Mobilização intersetorial: Envolvimento
de várias secretarias, como as de Educação, Infraestrutura, Limpeza Urbana
e Meio Ambiente, para atuar de forma integrada no combate ao mosquito.
Lyane Ramalho, secretária de
Saúde do RN, relembrou o sucesso da estratégia implementada durante o período
epidêmico de 2024, que, apesar do grande número de casos, conseguiu evitar um
número elevado de mortes. Com a criação do COE, a intenção é agir de forma
ainda mais precoce para impedir que a situação se agrave.
Reconhecimento Nacional e
Ações Futuros
A criação do COE no RN foi
amplamente reconhecida pelo Ministério da Saúde, que parabenizou o estado por
ser pioneiro na implementação dessa medida. Além disso, o estado potiguar
integra o COE Nacional, lançado pelo governo federal em janeiro deste ano.
Nos próximos dias, a Sesap
iniciará uma série de visitas aos 30 municípios considerados prioritários, com
o objetivo de intensificar ações de fiscalização, promover campanhas de
conscientização e realizar mutirões de limpeza. A escolha dos municípios levou
em conta indicadores como a taxa de incidência de casos, óbitos, quantidade de
focos do mosquito e o fluxo turístico, que pode contribuir para a propagação da
doença.
Com essas ações, o Rio Grande
do Norte espera controlar a disseminação da dengue e outras arboviroses e
proteger a saúde da população.
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