Após ter anuladas condenações
por corrupção e retornar ao comando do Brasil com o aval da cúpula do
Judiciário, o presidente Lula (PT) contempla alvos da Operação Lava Jato com a
iniciativa de seu governo de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma renegociação
de acordos de leniência firmados por empreiteiras que confessaram crimes no
escândalo bilionário de propinas apelidado de “Petrolão”. A proposta de órgãos
do governo do petista pede isenção de multa e juros para empresas alvos do
cerco histórico à corrupção, mobilizado pela Polícia Federal e o Ministério
Público Federal em governos anteriores do Partido dos Trabalhadores.
O acordo foi proposto pela Controladoria-Geral da União
(CGU) e pela Advocacia-Geral da União (AGU), a pedido do ministro do STF, André
Mendonça. O ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atua
como relator da ação em que o partido aliado de Lula, o PSOL, pede a
renegociação dos acordos. E também mandou suspender qualquer sanção a empresas
que atrasem os pagamentos dos acordos de leniência.
A CGU e a AGU querem que a quitação das parcelas devidas
por empreiteiras nos acordos de leniência deve levar em conta a capacidade de
pagamento das empresas. Hoje, após devolver dinheiro de corrupção que minava o
patrimônio da Petrobras, as empreiteiras alegam que não possuem capital para
regularizar as dívidas firmadas no ápice da Lava Jato.
A proposta detalha que os descontos não devem superar 50% do saldo devedor, após a concessão de isenção de multa moratória sobre as parcelas vencidas; de juros moratórios sobre o saldo devedor até 31 de maio deste ano e da possibilidade de usar créditos de prejuízo fiscal. Os órgãos do governo de Lula ainda pedem mais 30 dias de prazo para concluírem o processo de conciliação, que será sucedido de pedido de homologação do acordo a André Mendonça.
Por ser relator do caso, ex-ministro do rival de Lula atua
na conciliação buscada pelo PSOL no Supremo. E acaba contemplando uma das
maiores reclamações do petista e de seus aliados de esquerda: de que o combate
à corrupção deveriam atacar corruptos, sem destruir empresas que faturaram mais
de R$ 25 bilhões (segundo estimativas do MPF).
Via: Diário do Povo
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