A recuperação de débitos
inscritos na Dívida Ativa da União (DAU) deve reforçar o caixa do governo em R$
46 bilhões no próximo ano, divulgou a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O valor já está
incorporado à estimativa de receita de R$ 2,7 trilhões prevista no projeto de
lei do Orçamento Geral da União de 2024, encaminhado ao Congresso no fim de
agosto.
A Dívida Ativa da União representa os débitos de
contribuintes que deixaram de ser cobrados administrativamente pela Receita
Federal e passaram a ser executados na Justiça pela PGFN. Dos R$ 46 bilhões
previstos para serem recuperados, R$ 12 bilhões virão do novo mecanismo de
transação tributária em contenciosos, inserido na nova lei que reformulou o
sistema de votação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Criada em 2020 para ajudar empresas afetadas pela pandemia
da covid-19, a transação tributária permite que o contribuinte renegocie
débitos – tanto com a Receita Federal como com a PGFN – com descontos nos juros
e nas multas. A adesão ao programa, no entanto, depende do pagamento de uma
entrada e da análise da capacidade de pagamento do devedor, com o governo
propondo um plano de pagamento das parcelas. A lei do novo Carf concedeu mais
incentivos para tornar esse tipo de mecanismo mais atrativo aos contribuintes.
Além dos R$ 12 bilhões de débitos inscritos em dívida
ativa, o projeto do Orçamento de 2024 prevê a recuperação de R$ 30,1 bilhões em
dívidas com a Receita Federal. O governo conta com o dinheiro para aumentar as
receitas em R$ 168 bilhões e tentar zerar o déficit primário no próximo ano,
como estabelecido no novo arcabouço fiscal.
Segundo a PGFN, a transação tributária está se consolidando como um dos principais instrumentos de recuperação de recursos pelo governo. Para este ano, o órgão tinha estimado em R$ 30 bilhões a receita com a recuperação de débitos inscritos na Dívida Ativa da União. No fim do primeiro semestre, o órgão tinha recuperado R$ 21,9 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões vieram de acordos de transação tributária.
A PGFN estuda oferecer editais para regularizar, por meio de acordos consensuais, débitos relacionados a teses jurídicas sobre a base de cálculo do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Em estudo preliminar, a procuradoria estimou que existem pelo menos 19 teses jurídicas de PIS/Cofins com valor em discussão da ordem de R$ 800 bilhões.
Via: Agência Brasil
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