Socorristas
indonésios descobriram os corpos de 34 estudantes de Teologia em uma igreja na
ilha de Sulawesi, soterrada por um deslizamento de terra devido ao terremoto de
sexta-feira (28), anunciou nesta terça (2) uma porta-voz da Cruz Vermelha
local. "A equipe (de socorristas)
encontrou 34 corpos no total", disse Aulia Arriani. Segundo Ariani, o local é de difícil
acesso. "O problema mais sério é andar a pé na lama durante hora e meia
transportando os corpos".
O centro da ilha ficou devastado pelo
terremoto seguido de tsunami na noite de sexta. O número de mortos está em 844,
segundo último balanço oficial.O número total de mortos pode crescer
à medida em que os socorristas têm acesso às zonas mais remotas, como o
distrito de Sigi Biro maru, a sudeste de Palu. Na véspera, voluntários começaram a
enterrar, em fossas comuns, os corpos das vítimas do terremoto e do tsunami.
Além dos 844 mortos, a catástrofe
deixou 59.000 deslocados e o Escritório para a Coordenação de Assuntos
Humanitários (OCHA) da ONU calcula que 191 mil pessoas precisam de ajuda
urgente, incluindo 46 mil crianças e 14 mil idosos.
Ajuda internacional
Dezenas de agências humanitárias e ONGs ofereceram ajuda ao
país, mas o envio de material à região é muito complicado: estradas estão
bloqueadas, e os aeroportos, muito danificados. A ONG Oxfam prevê o envio de ajuda a, potencialmente,
100.000 pessoas, com destaque para alimentos instantâneos, equipamentos de
purificação de água e barracas, anunciou Ancilla Bere, diretora da organização
na Indonésia.
O presidente indonésio Joko Widodo
autorizou a ajuda internacional de urgência, e as autoridades declararam estado
de emergência de 14 dias. A maior parte das vítimas foi registrada em Palu,
cidade de 350.000 habitantes na costa oeste da ilha de Sulawesi, segundo a
Agência de Gestão de Desastres.
Enterros em massa
Em Poboya, na colinas que
cercam Palu, voluntários começaram a enterrar as vítimas em uma gigantesca
fossa comum, com capacidade para 1.300 corpos. Três caminhões lotados de
cadáveres chegaram ao local. Os corpos foram colocados na fossa, um por um, e
cobertos com terra. Em um primeiro momento, as autoridades reuniram os corpos
em necrotérios improvisados para poder identificá-los. Diante do risco
sanitário, decidiram organizar enterros em massa.
Em Balaroa, bairro da periferia de Palu com uma zona
residencial, os danos foram catastróficos. A área se transformou em um terreno
baldio coberto por árvores derrubadas, blocos de cimento, pedaços de telhados e
móveis destruídos. Em um cenário de devastação, as equipes de resgate lutam
contra o tempo para encontrar sobreviventes e retirá-los dos escombros. Muitos
moradores procuram os parentes desaparecidos nos hospitais, ou necrotérios
improvisados.
Anel de fogo do
Pacífico
A Indonésia, um arquipélago de
17.000 ilhas, fica no Anel de Fogo do Pacífico e é um dos países do mundo mais
propensos a sofrer desastres naturais. Dois terremotos - de
magnitudes 5,9 e 6 - abalaram na manhã desta terça a região da ilha indonésia
de Sumba, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O epicentro do primeiro
tremor, a 10 km de profundidade, foi situado a 40 km de Sumba, ilha de 750 mil
habitantes. O segundo abalo ocorreu 15 minutos depois, na mesma zona, com
epicentro a 30 km de profundidade. Sumba está situada a 1.600 km das ilhas de
Sulawesi. O terremoto de sexta no país, de magitude 7,5, foi mais potente do
que os tremores que deixaram mais de 500 mortos e 1.500 feridos na ilha
indonésia de Lombok em agosto passado.
G1
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