O café moído acumulou inflação
de 80,2% no Brasil nos 12 meses encerrados em abril, segundo dados do IPCA
(Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta sexta-feira
(9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O órgão afirmou que a alta dos
preços é a maior já registrada nesse recorte desde a entrada em circulação do
real, em julho de 1994, há quase 31 anos. Uma taxa de 85,5% até foi verificada
de junho de 1994 a maio de 1995, diz o IBGE, mas esse período teve a influência
do último mês antes da vigência da moeda.
A carestia do café ocorre em
meio a problemas de oferta causados pelo clima adverso e baixos estoques na
indústria. Esse contexto levou as cotações do produto para níveis recordes. Com
a alta de 80,2%, o café também registrou a maior variação de preços entre os
377 bens e serviços (subitens) que compõem a cesta do IPCA.
Entre as 16 capitais e regiões
metropolitanas pesquisadas no índice, Porto Alegre teve a maior disparada do
produto: 99,4%. Goiânia veio na sequência (97,01%). As duas menores altas foram
registradas em Recife (61,63%) e São Paulo (65,34%). Apenas o mês de abril, o
café moído subiu 4,48% no país. O aumento veio após um avanço ainda maior em
março (8,14%).
O produto foi novamente um dos principais vetores de pressão na inflação do grupo alimentação e bebidas. O ramo é o de maior peso no IPCA. A alta dos preços de alimentação e bebidas até desacelerou a 0,82% no mês passado, depois da taxa de 1,17% em março. Mesmo assim, o segmento gerou o maior impacto no IPCA (0,18 ponto percentual). O índice geral mostrou inflação de 0,43% em abril. A taxa veio após variação de 0,56% em março.
Em 12 meses, a inflação de
alimentação e bebidas alcançou 7,81%. É a maior alta dos nove grupos
pesquisados. Educação aparece na sequência (6,31%).
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