Sete a cada dez estudantes
universitários ou que têm interesse em cursar uma faculdade utilizam
frequentemente ferramentas de inteligência artificial (IA) na rotina de
estudos. Uma porcentagem um pouco maior, 80%, conhecem as principais
ferramentas, como ChatGPT e Gemini.
Os dados fazem parte de da
pesquisa Inteligência Artificial na Educação Superior, realizada pela
Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), em parceria
com a Educa Insights, divulgada nesta terça-feira (6). Segundo o levantamento 29%
dos entrevistados utilizam as ferramentas nos estudos diariamente e 42%,
semanalmente, totalizando 71% que usam a IA frequentemente.
A pesquisa foi feita em julho
de 2024 com 300 estudantes universitários que ingressaram na faculdade entre o
fim de 2023 e início de 2024 e com estudantes que têm interesse em uma
graduação particular, com idades entre 17 e 50 anos, das cinco regiões do país.
O levantamento mostra ainda
que houve um aumento em relação ao uso de IA constatado na primeira pesquisa,
realizada em 2023. Em 2024, houve um aumento de 11 pontos percentuais na
quantidade de universitários e futuros universitários que afirmaram conhecer
ferramentas de IA. Em 2023, eram 69%. Além disso, houve um aumento de 18 pontos
percentuais naqueles que fazem uso frequente na vida acadêmica. Essa
porcentagem era 53% em 2023.
Entre os benefícios da IA
citados pelos participantes estão a possibilidade de aprender a qualquer
momento em qualquer lugar (53%); o acesso a informações e conteúdos mais
atualizados e diversificados (50%); e, melhora na eficiência e rapidez na
resolução de dúvidas e problemas (49%).
Já os principais desafios na
utilização de IA na educação mencionados pelos entrevistados são a falta de
interação humana (52%); a dependência excessiva em tecnologias que podem falhar
ou ficar obsoletas rapidamente (49%); e, a possibilidade de erros nas
avaliações e correções realizadas por inteligências artificiais (41%).
Substituição por IA
Cerca da metade dos
participantes (56%) acredita que as ferramentas estão cada vez mais confiáveis
em atividades acadêmicas a ponto de 84% considerarem que, futuramente, a IA
poderá substituir parcialmente a atuação dos professores em sala de aula, seja na
estruturação das aulas ou no auxílio à correção dos trabalhos e provas.
Quando se trata do mercado de
trabalho, no entanto, embora 45% dos entrevistados considerem alto o impacto
que a automação da rotina laboral pode ter, apenas 14% acreditam que serão
totalmente substituídos por máquinas em suas profissões.
Outros 41% disseram que a
substituição dependerá do ramo de atuação e 37% responderam que não haverá
substituição, mas que as ferramentas serão um apoio na realização do trabalho.
Diante desse cenário, 74% dos
estudantes que participaram do levantamento consideram importante ou muito
importante que as instituições de ensino superior invistam em IA e incorporem
as ferramentas no ensino.
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