Os ministros das Relações
Exteriores da União Europeia (UE) concordaram nessa quinta-feira (29) que não
reconhecerão a “legitimidade democrática” de Nicolás Maduro após a eleição
presidencial da Venezuela, disse o chefe de política externa do bloco, Josep
Borrell.
Borrell afirmou que os
ministros tomaram a decisão depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da
Venezuela não atendeu aos pedidos para fornecer dados confiáveis para
confirmar o anúncio de vitória de Maduro na eleição do mês passado.
“Não podemos aceitar a
legitimidade de Maduro como presidente eleito”, pontuou Borrell a repórteres
após uma reunião de ministros das Relações Exteriores dos 27 países-membros da
UE em Bruxelas. “Ele permanecerá presidente, “de facto”… Mas negamos a
legitimidade democrática com base em um resultado que não pode ser verificado”,
destacou.
Resultado contestado
O conselho eleitoral da
Venezuela proclamou Maduro o vencedor da eleição de 28 de julho, mas não
publicou a contagem completa dos votos. A oposição, por sua vez, publicou uma
contagem mostrando vitória para seu candidato, Edmundo González. González
participou da reunião dos ministros da União Europeia por chamada de vídeo.
Borrell reconheceu que a
decisão desta quinta-feira não terá consequências práticas imediatas, já que a
UE não impôs nenhuma sanção sobre a eleição, mas ele ressaltou que a medida foi
uma “declaração forte” da UE, que representa cerca de 450 milhões de pessoas.
O diplomata pediu
repetidamente a divulgação dos registros de votação, bem como o fim da
perseguição política e por diálogo entre oponentes. Isso fez com que ele fosse
criticado por Maduro durante os comícios.
Os protestos após a votação
levaram a pelo menos 27 mortes. O grupo de direitos humanos Foro Penal diz que
cerca de 1.780 pessoas estão sendo mantidas como prisioneiros políticos,
incluindo 114 adolescentes. Vários líderes da oposição foram detidos.
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