A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia como baixo o risco imposto pelo vírus da gripe aviária à saúde humana de forma global. Em documento divulgado nesta quarta-feira 14, a entidade classifica ainda como “baixo a moderado” o risco de infecção para trabalhadores de fazendas e estabelecimentos similares que possam ser expostos ao vírus, “dependendo das medidas de mitigação de risco em vigor”.
De acordo com a entidade, a
transmissão do vírus entre animais continua a acontecer e, até o momento, há
apenas “um número limitado” de infecções em humanos relatadas. “Embora novas
infecções humanas associadas à exposição a animais infectados ou ambientes
contaminados provavelmente continuem a ocorrer, o impacto de tais infecções na
saúde do público em geral a nível global é menor”.
Morte
Em junho, a OMS confirmou a
primeira morte pela variante H5N2 da gripe aviária. O paciente, de 59 anos,
vivia no México. Este foi o primeiro caso de infecção em humano confirmado em
laboratório em todo o mundo. A morte foi reportada por autoridades sanitárias
mexicanas no dia 23 de maio.
À época, a organização
destacou que o paciente, morador da Cidade do México, não tinha histórico de
exposição a aves ou outros animais. A variante H5N2 já havia sido identificada
em aves do país. “O paciente tinha múltiplas condições médicas subjacentes. Os
familiares relataram que ele já estava acamado há três semanas, por outros
motivos, antes do início de sintomas agudos”.
Falhas na vigilância
Em julho, o diretor-geral da
OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que a capacidade do órgão de avaliar e
gerir o risco apresentado pela gripe aviária para a saúde humana estava
“comprometida” em razão de falhas na vigilância de casos em animais em todo o
mundo.
“Na semana passada, os Estados
Unidos reportaram o quarto caso do vírus H5N1 em humano após exposição a vacas
leiteiras infectadas. O Camboja também reportou dois casos em crianças que
tiveram contato com galinhas doentes ou mortas. Até o momento, nenhuma
transmissão de humano para humano foi reportada e, por isso, a OMS continua a
avaliar o risco para o público em geral como baixo”, explicou.
“Entretanto, nossa capacidade
de avaliar e gerir esse risco está comprometida em razão da vigilância limitada
de casos de influenza em animais em todo o mundo. Compreender como o vírus se
espalha e se reproduz em animais é essencial para identificar qualquer mudança
que possa aumentar o risco de surtos em humanos ou o potencial para uma
pandemia”, acrescentou Tedros.
Em entrevista coletiva, o
diretor-geral da OMS apelou para que todos os países fortaleçam seus sistemas
de vigilância e notificação de casos de gripe aviária em animais e em humanos.
Tedros pediu ainda que os países compartilhem amostras e sequências do vírus
H5N1 com centros colaboradores da OMS em todo o mundo, mantendo acesso público
aos dados.
A OMS também cobrou que os
países ofereçam proteção para trabalhadores de fazendas e estabelecimentos
similares que possam ser expostos ao vírus; que ampliem pesquisas sobre a gripe
aviária e que encorajem uma cooperação mais próxima entre os setores de saúde
humana e animal.
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