O Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz) publicou nesta quarta-feira (29), no Diário
Oficial da União, o texto de um convênio que decidiu pela cobrança de ICMS uma
única vez nas operações com gasolina e etanol anidro combustível, no valor de
R$ 1,45 por litro.
Para os economistas Andréa Angelo e Felipe Salto, da Warren
Rena, o acordo que fixa o ICMS sobre gasolina e etanol pode provocar aumento de
11,45% no preço da gasolina. “O impacto na inflação é relevante, podendo chegar
a 0,50 ponto percentual na projeção do IPCA para 2023”, afirmaram em relatório
a clientes. De acordo com o documento, a cobrança será realizada dessa forma,
qualquer que seja a finalidade das operações, ainda que iniciadas no exterior. A
medida, que entrará em vigor em 1º de julho deste ano, terão alíquotas
uniformes em todo o território nacional.
A fixação de uma alíquota
única para esses combustíveis estava prevista como parte de acordo fechado
entre estados, Distrito Federal e União, homologado no fim do ano passado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), em busca de dar fim a um impasse acerca do
tributo. Depois do acordo, o Confaz já havia publicado um convênio que fixa
alíquotas únicas de ICMS para o diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo
(GLP) para todo o território nacional a partir de 1º de abril.
O relatório de Angelo e Salto
entende que o impacto na inflação é relevante, podendo chegar a 0,50 ponto
percentual na projeção do IPCA para 2023. “Do ponto de vista das receitas
estaduais, a medida deverá colaborar para praticamente sanar, tudo o mais
constante, as perdas derivadas especificamente das limitações de alíquotas
ocorridas no segundo semestre do ano passado a partir da Lei Complementar nº
194”.
No início deste mês, o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, anunciou um acordo com os estados para serem compensados pelas perdas
provocadas pela limitação do ICMS sobre combustíveis em um total de R$ 26,9
bilhões. Ainda segundo os economistas, a questão da essencialidade parece que
ainda está em aberto. “Pela lógica, como a alíquota ad rem anunciada (R$ 1,45)
equivale a uma ad valorem média de 27,5%, e esse patamar é superior à alíquota
modal (de 17% ou 18%), à qual estão sujeitos os itens chamados essenciais,
então poderia concluir que a essencialidade estaria de fato afastada para a
gasolina”.
Com informações de CNN
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