A fala do prefeito Nelson
Marchezan Jr., de Porto Alegre, causou indignação entre os evangélicos, levando
diversos pastores a rebater a afirmação de que igrejas querem reabrir os
templos “por um motivo torpe, que é reunir pessoas para faturar“.
O Gospel Prime entrou em contato com alguns dos
líderes mais conhecidos do Rio Grande do Sul, que consideraram a fala um ato
grave de desrespeito e preconceito contra as igrejas, que fazem um importante
trabalho de ajuda humanitária e espiritual.
Para
o pastor Adalberto dos Santos Dutra, presidente da Convenção de Igrejas e
Pastores da Assembleia de Deus do Rio Grande do Sul (CIAPADERGS) e líder da
Assembleia de Deus em Caxias do Sul, a fala do prefeito é inaceitável e demonstra
que ele não tem conhecimento sobre os trabalhos realizados pela Igreja.
“Em
nome do povo assembleiano, do Rio Grande do Sul, quero dizer para o prefeito
que nós repudiamos, nós não aceitamos isso. O senhor demonstrou ignorância pelo
trabalho que nossa igreja realiza”, enfatizou. Já para o pastor Paulo Pereira,
líder da Assembleia de Deus em Gravataí, o prefeito perdeu uma oportunidade de
articulação e parceria com as igrejas, em um tempo que “toda a sociedade
deveria se unir”.
“Se equivoca, generaliza e
discrimina ao usar as expressões ‘faturar’ e ‘torpe’ em relação ao anseio da
abertura dos templos em tempo de pandemia”, disse. Ao mesmo tempo, o pastor
enfatizou que os trabalhos realizados pelas igrejas acontecem, em sua maioria,
por pessoas voluntárias e salientou a importância de uma “nova postura nos
relacionamentos sociais”.
Daniel Fich, pastor presidente
da Assembleia de Deus de Lajeado, considerou “lamentável” a maneira como o
prefeito de Porto Alegre se dirigiu às igrejas. “Lamentável a maneira que o
prefeito Marchezan se dirigiu às igrejas. Com adjetivos pejorativos, ofendeu os
séculos de contribuição do cristianismo e todo o serviço espiritual e social
que a igreja desenvolve”, disse.
Diante da ofensa do prefeito,
o pastor Wagner Medida, presidente da Convenção da Assembleia de Deus no Brasil
no Rio Grande do Sul (CADBRGS), afirmou que o trabalho da Igreja vai além de
qualquer valor econômico. “O
papel da Igreja Cristã Evangélica vai muito além de querer “faturar”, mas sim,
de anunciar o evangelho de Jesus Cristo, e, por outro lado, auxiliar o poder
público, atendendo a princípios constitucionais, em especial, o da dignidade da
pessoa humana, um valor moral e espiritual, que vai além de qualquer valor
econômico.
A igreja é responsável por um grande papel
social e deve ser respeitada”, enfatizou. Igualmente, o pastor Pedro Elias,
presidente da Assembleia de Deus Ministério União de Porto Alegre e
vice-presidente da CADBRGS, apontou a “incoerência” da declaração de Nelson
Marchezan. “No afã de atacar uma igreja,
não só colocou em xeque a lisura e a imparcialidade de seu governo, como
ofendeu profundamente a todos os evangelicos. Classificar por infeliz o
comentário do senhor prefeito é minimizar sua postura desastrosa,
preconceituosa e parcial”, criticou.
O
líder da Igreja Batista Betel em Guaíba, pastor Ozéias Nunes, também respondeu
ao contato da reportagem, lamentando a declaração contra os evangélicos,
avaliando sobre a importância das igrejas neste momento. “Se
os mercados que vendem ‘pão’ podem estar abertos, as igrejas também precisam
estar abertas”, declarou. “Meu entendimento é que se uma pessoa pode ir ao
mercado, ela pode ir aos cultos”, continuou.
Outro
líder que avaliou de maneira negativa a posição do prefeito, foi o pastor Luiz
Vianei, da Assembleia de Deus em São Marcos, que destacou que o prefeito da
capital considera “torpe” o “cultuar a Deus”. “Desprezo
e ignorância, na melhor das hipóteses. Esse senhor desconhece, ou simplesmente
não gosta do extraordinário trabalho social das igrejas”, avaliou. Vianei
também destacou o importante trabalho das igrejas na recuperação de pessoas,
principalmente criminosos e viciados em drogas.
Essa é a visão do pastor
Gilberto Camilo Junior, da Igreja Videira Grande de Porto Alegre, que considera
que a Igreja é um “instrumento de transformação de vidas e famílias”. “Milhares
de indivíduos foram plenamente integrados à sociedade, trazendo prosperidade à
nossa cidade”, disse. “Lamentamos a consideração de nosso prefeito que o
interesse de termos nossas reuniões seja financeiro”, continuou.
O apóstolo Joel Engel, de
Santa Maria, idealizador de projetos de ajuda humanitária, acredita que a crise
tem sido usada para perseguir os evangélicos e que há um plano contra a Igreja.
Tentamos contato com Marchezan, buscando dar oportunidade para que ele
explicasse sua posição, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno
Via: Gospel Prime
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