O Ministério da Educação (MEC)
prorrogou a suspensão das aulas presenciais nas Instituições Federais de Ensino
Superior (Ifes) do País. A medida saiu na portaria nº 473 publicada na edição
do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 13, e entra em vigor a
partir da sexta-feira, 15. Caso a norma não sofra mais alterações, as aulas
serão retomadas no dia 16 de junho. Cerca de 87 mil alunos dessas instituições
no Rio Grande do Norte estão fora das salas de aulas e as entidades avaliam
soluções. As informações são da Tribuna do Norte.
Em meio a pesquisas de opinião
e apreciações quanto à disponibilidade de professores e alunos ministrarem e
assistirem as aulas, os gestores ponderam as formas de adiantar o calendário
acadêmico, paralisado desde o começo de março com o avanço da Covid-19.
Na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), maior instituição de ensino do Estado, a única questão
já definida é que o semestre de 2020.1 não será cancelado. As aulas serão
repostas quando as autoridades sanitárias autorizarem a volta das atividades na
UFRN. De acordo com a pró-reitora de graduação, professora Maria das Vitórias
Sá, não há definição sobre possibilidade de aulas remotas durante a pandemia.
“Não houve discussão com
relação ao calendário de retomada das aulas. Uma coisa é certa: não haverá
cancelamento do semestre. O ano letivo da universidade é diferente do ano
civil. Mesmo que o nosso semestre comece mais a frente, o semestre será de
2020.1.”, explicou. Com 45 mil alunos, a UFRN paralisou todas as atividades
acadêmicas no dia 17 de março, um mês após o início das aulas do semestre
2020.1.
De acordo Maria das Vitórias,
a recomendação é de que os colegiados dos Cursos e Departamentos da
Universidade planejem ações e alternativas para “quando será possível voltar,
como vamos voltar e o que é possível fazer hoje”. Três formulários chegaram a
ser enviados a docentes, discentes e coordenadores de cursos sobre as
atividades de ensino de forma on-line e outras questões internas da
universidade, mas segundo a pró-reitora, não foi feito especificamente para
fins acadêmicos durante a pandemia.
“Existe uma pesquisa que foi
realizada, mas não necessariamente para o retorno. Faz parte de uma proposta
anterior da universidade para pensar práticas inovadoras dentro da UFRN. É para
pensar a universidade para os próximos quatro anos. Ela é mais abrangente. Essa
pesquisa poderá até subsidiar os conselhos dos cursos quando for tabulada.
Vamos optar pela discussão dentro dos centros”, comentou.
Ufersa
A situação para um eventual retorno às aulas já é mais
avançada na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). A Pró-reitoria
de Graduação promoveu um questionário online entre alunos e professores sobre
questões como acesso e disponibilidade de tecnologia em casa para aulas
remotas. Segundo o pró-reitor Rodrigo Codes, 51% dos alunos alegaram que não
aceitariam retomar esse semestre. Por outro lado, 59% aceitariam retomar as
aulas. Em números absolutos, foram 3.700 respostas de alunos e outras 452 de
professores. A Ufersa possui 10 mil alunos e 700 professores.
“Com base nas respostas,
buscamos alternativas e propomos um período suplementar excepcional. Isso está
sendo apreciado pelos órgãos colegiados. É um estudo opcional, tanto para
docentes quanto para discentes. Seria um período de cinco semanas. O professor
ofereceria uma disciplina se ele pudesse e quisesse e os alunos poderiam cursar
até duas disciplinas mais o TCC”, esclareceu. De acordo com o professor
Rodrigo Codes, a minuta de resolução está em discussão e deverá ser avaliada
pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) da Ufersa na semana que
vem. Codes ressaltou que professores e alunos não são obrigados a participar do
período suplementar excepcional.
No Instituto Federal de
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), de acordo com o reitor pro
tempore Josué Moreira, a prioridade neste primeiro momento são os alunos do 4º
ano do Ensino Técnico Integrado, que concluíriam os respectivos cursos em 2020.
De acordo com ele, um levantamento da Assistência Social do IFRN junto aos
alunos está sendo feito para saber da disponibilidade dos alunos no tocante às
tecnologias e espaços adequados para aulas remotas.
“Estamos pensando em
amadurecer essa ideia com nossos professores e conselhos que representam a
instituição. A demanda da nossa administração é voltar de forma virtual. Não
quero chegar ao final do ano com o prejuízo dos nossos alunos terem perdido o
ano”, comentou Moreira. Há outra situação específica
para os cursos de graduação ofertados pelo IFRN, de acordo com Josué Moreira.
“O ensino superior tem áreas que algumas pessoas iam concluir esse ano. Têm
disciplinas práticas, de laboratório, conclusões de estágio em lugares fechados
e essas limitações tecnicamente não temos como amparar alguns cursos”, afirmou.
Rede Pública do RN e Natal
As aulas nas redes pública e privada de Educação de Natal e
do Rio Grande do Norte estão suspensas desde o dia 18 de março, após o primeiro
decreto estadual. No último dia 23 de abril, a governadora Fátima Bezerra prorrogou
a suspensão das aulas na rede pública e privada do Rio Grande do Norte até 31
de maio.
De acordo com o decreto, todas
as atividades escolares presenciais estão suspensas nas unidades da rede
pública e privada de ensino, desde o ensino infantil, passando por fundamental
e médio, até o superior, técnico e profissionalizante. O Estado tem cerca de 1
milhão de estudantes, segundo a Secretaria de Estado da Educação e Cultura
(SEEC). Em Natal, o prefeito Álvaro
Dias suspendeu as aulas da rede municipal até o dia 29 de maio. De acordo com a
Prefeitura do Natal, esse prazo poderá ser revisto a qualquer tempo, antecipado
ou prorrogado.
Via: Blog
do FM
Nenhum comentário:
Postar um comentário