quinta-feira, 14 de maio de 2020

EDUCAÇÃO: Quase 90 mil alunos de instituições federais no RN ficarão sem aulas até 15 de junho


O Ministério da Educação (MEC) prorrogou a suspensão das aulas presenciais nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do País. A medida saiu na portaria nº 473 publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 13, e entra em vigor a partir da sexta-feira, 15. Caso a norma não sofra mais alterações, as aulas serão retomadas no dia 16 de junho. Cerca de 87 mil alunos dessas instituições no Rio Grande do Norte estão fora das salas de aulas e as entidades avaliam soluções. As informações são da Tribuna do Norte.

Em meio a pesquisas de opinião e apreciações quanto à disponibilidade de professores e alunos ministrarem e assistirem as aulas, os gestores ponderam as formas de adiantar o calendário acadêmico, paralisado desde o começo de março com o avanço da Covid-19.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), maior instituição de ensino do Estado, a única questão já definida é que o semestre de 2020.1 não será cancelado. As aulas serão repostas quando as autoridades sanitárias autorizarem a volta das atividades na UFRN. De acordo com a pró-reitora de graduação, professora Maria das Vitórias Sá, não há definição sobre possibilidade de aulas remotas durante a pandemia.

“Não houve discussão com relação ao calendário de retomada das aulas. Uma coisa é certa: não haverá cancelamento do semestre. O ano letivo da universidade é diferente do ano civil. Mesmo que o nosso semestre comece mais a frente, o semestre será de 2020.1.”, explicou. Com 45 mil alunos, a UFRN paralisou todas as atividades acadêmicas no dia 17 de março, um mês após o início das aulas do semestre 2020.1.

De acordo Maria das Vitórias, a recomendação é de que os colegiados dos Cursos e Departamentos da Universidade planejem ações e alternativas para “quando será possível voltar, como vamos voltar e o que é possível fazer hoje”. Três formulários chegaram a ser enviados a docentes, discentes e coordenadores de cursos sobre as atividades de ensino de forma on-line e outras questões internas da universidade, mas segundo a pró-reitora, não foi feito especificamente para fins acadêmicos durante a pandemia.

“Existe uma pesquisa que foi realizada, mas não necessariamente para o retorno. Faz parte de uma proposta anterior da universidade para pensar práticas inovadoras dentro da UFRN. É para pensar a universidade para os próximos quatro anos. Ela é mais abrangente. Essa pesquisa poderá até subsidiar os conselhos dos cursos quando for tabulada. Vamos optar pela discussão dentro dos centros”, comentou.


Ufersa
A situação para um eventual retorno às aulas já é mais avançada na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). A Pró-reitoria de Graduação promoveu um questionário online entre alunos e professores sobre questões como acesso e disponibilidade de tecnologia em casa para aulas remotas. Segundo o pró-reitor Rodrigo Codes, 51% dos alunos alegaram que não aceitariam retomar esse semestre. Por outro lado, 59% aceitariam retomar as aulas. Em números absolutos, foram 3.700 respostas de alunos e outras 452 de professores. A Ufersa possui 10 mil alunos e 700 professores.

“Com base nas respostas, buscamos alternativas e propomos um período suplementar excepcional. Isso está sendo apreciado pelos órgãos colegiados. É um estudo opcional, tanto para docentes quanto para discentes. Seria um período de cinco semanas. O professor ofereceria uma disciplina se ele pudesse e quisesse e os alunos poderiam cursar até duas disciplinas mais o TCC”, esclareceu. De acordo com o professor Rodrigo Codes, a minuta de resolução está em discussão e deverá ser avaliada pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe) da Ufersa na semana que vem. Codes ressaltou que professores e alunos não são obrigados a participar do período suplementar excepcional.

No Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), de acordo com o reitor pro tempore Josué Moreira, a prioridade neste primeiro momento são os alunos do 4º ano do Ensino Técnico Integrado, que concluíriam os respectivos cursos em 2020. De acordo com ele, um levantamento da Assistência Social do IFRN junto aos alunos está sendo feito para saber da disponibilidade dos alunos no tocante às tecnologias e espaços adequados para aulas remotas.

“Estamos pensando em amadurecer essa ideia com nossos professores e conselhos que representam a instituição. A demanda da nossa administração é voltar de forma virtual. Não quero chegar ao final do ano com o prejuízo dos nossos alunos terem perdido o ano”, comentou Moreira. Há outra situação específica para os cursos de graduação ofertados pelo IFRN, de acordo com Josué Moreira. “O ensino superior tem áreas que algumas pessoas iam concluir esse ano. Têm disciplinas práticas, de laboratório, conclusões de estágio em lugares fechados e essas limitações tecnicamente não temos como amparar alguns cursos”, afirmou.

Rede Pública do RN e Natal
As aulas nas redes pública e privada de Educação de Natal e do Rio Grande do Norte estão suspensas desde o dia 18 de março, após o primeiro decreto estadual. No último dia 23 de abril, a governadora Fátima Bezerra prorrogou a suspensão das aulas na rede pública e privada do Rio Grande do Norte até 31 de maio.

De acordo com o decreto, todas as atividades escolares presenciais estão suspensas nas unidades da rede pública e privada de ensino, desde o ensino infantil, passando por fundamental e médio, até o superior, técnico e profissionalizante. O Estado tem cerca de 1 milhão de estudantes, segundo a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (SEEC). Em Natal, o prefeito Álvaro Dias suspendeu as aulas da rede municipal até o dia 29 de maio. De acordo com a Prefeitura do Natal, esse prazo poderá ser revisto a qualquer tempo, antecipado ou prorrogado.

Via: Blog do FM

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