Na Rússia, o santo de casa
fez o seu primeiro milagre na Copa
do Mundo de 2018. De forma incrível, a seleção anfitriã anulou quase todas as
jogadas fortes da Espanha, uma das equipes
mais fortes do Mundial. Com uma dedicação tática invejável, uma disposição acima do
comum, com uma energia positiva gigantesca das arquibancadas, a equipe segurou
um empate em 1 a 1 com a campeã mundial de 2010 no tempo normal e na
prorrogação. Na disputa dos pênaltis, o goleiro Igor Akinfeev pegou dois e a
equipe segue na disputa pelo título. O país está em festa.
Com o triunfo, a seleção russa
avançou para enfrentar nas quartas de final o vencedor do confronto entre
Croácia e Dinamarca, que começa às 15 horas (de Brasília) deste domingo, em
Nijni Novgorod. Este duelo por vaga na semifinal será no próximo sábado, às 15
horas (de Brasília), em Sochi.
No começo do jogo, a Espanha
finalmente mostrou uma parte do seu futebol envolvente. Com trocas rápidas de
passes, chegava à meta do goleiro russo com facilidade. A seleção da casa
tentava se fechar, mas ficou muito atrás da linha da bola e, contra um time
inspirado, o preço acabou sendo caro. Aos 11 minutos, Asensio cobrou falta da
esquerda e jogou a bola na área. Sérgio Ramos se embolou com o zagueiro
Ignashevich, a bola bateu no pé do jogador russo e foi para o gol.
A Rússia não esboçou reação e a
Espanha continuava tocando a bola sem ser incomodada. As principais jogadas do
time passavam pelos pés de Koke e Isco, mas, aos poucos, os espanhóis, que a
essa altura da primeira etapa tinham impressionantes 75% de posse de bola,
diminuíram o ímpeto.
Com uma troca de bola
desinteressante em sua defesa, a Rússia subiu um pouquinho. O time ainda tinha
receio de partir para cima da seleção campeã mundial em 2010, mas chegou com
perigo primeiro aos 35, quando a bola sobrou para Zobnin arriscar da entrada da
área, de curva. A bola passou à esquerda de De Gea.
Aos 40, contudo, não teve jeito.
Após cobrança de escanteio de Samedov, o experiente zagueiro Piqué, do
Barcelona, ficou com a mão esticada dentro da área. Dzyuba subiu e cabeceou,
mas a bola bateu na mão do espanhol. Pênalti bem marcado pela arbitragem, que o
próprio Dzyuba bateu bem e empatou o jogo, para explosão da torcida da Rússia
no estádio Luzhniki.
No segundo tempo, o calor
aumentou ainda mais em Moscou. Isso obrigou o técnico da Rússia, Stanislav
Cherchesov, a fazer as suas três substituições até os 21 minutos. O jogo
continuava mais pegado do que pensado, mas, aos poucos, e com Iniesta já em
campo, a Espanha tentava chegar ao gol russo na base da troca de bola.
Por volta dos 30 minutos, a
impressão é de que os russos queriam mais é que a partida caminhasse logo para
a decisão por pênaltis. O time estava com os seus 11 jogadores acuados, apenas
dando chutões para a frente para afastar o perigo da meta do goleiro Akinfeev.
Depois dos 35 minutos, a seleção
da Espanha passou a sufocar a Rússia. De nada adianta o técnico Cherchesov, que
estava de terno e gravata mesmo com os quase 30ºC, ficar pulando e gesticulando
à beira do gramado (bem ao estilo Felipão) para o time sair da defesa. O gol
quase saiu aos 40 minutos. Aspas recebeu de Isco e ajeitou de peito para
Iniesta bater firme, rasteiro, no canto direito, mas o goleirão Akinfeev se esticou
todo e conseguiu espalmar. No fim, a Rússia ainda assustou os espanhóis já nos
descontos, quando Smolov recebeu pela esquerda, puxou para o meio e soltou a
bomba de pé direito, mas a bola foi para fora.
Na prorrogação, pela primeira vez
em uma Copa do Mundo uma equipe utilizou a quarta substituição, a Rússia, que
mandou Erokhin para o jogo no lugar do cansadíssimo Kuziaev. O panorama não
mudou - a Espanha conduzia a bola a maior parte do tempo, mas efetivamente, com
quase tudo bloqueado, pouco perigo levava à meta de Akinfeev.
Aos 14 minutos do primeiro tempo
da prorrogação, o técnico Fernando Hierro também fez a sua quarta substituição.
Ele mandou a campo o atacante brasileiro naturalizado espanhol Rodrigo, de 27
anos e que nasceu no Rio de Janeiro. A ideia do treinador era aproveitar o
cansaço da defesa russa para tentar vencer a partida sem a necessidade da
disputa de pênaltis.
Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário