Circula no WhatsApp um áudio que alerta
sobre mortes causadas pelo vírus “H2N3”, uma variação do influenza A H1N1, que
causaria a morte rapidamente de quem fosse infectado. A mensagem informa ainda
que a vacina da gripe não oferece proteção contra essa doença e que em Goiás,
além de mortes registradas, mais de 70 casos estariam sendo apurados. O áudio
costuma ser compartilhado com a informação de que um casal morreu em Rio Claro,
no interior de São Paulo, infectado por essa mutação do vírus.
O
vírus “H2N3” não existe. Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde,
na verdade, em 2017 a circulação do vírus influenza A H3N2 foi predominante no
país. Além disso, o casal que faleceu em Rio Claro, segundo a Secretaria
Municipal de Saúde, foi infectado pelo H1N1. O resultado foi obtido por exames
feitos pelo Instituto Adolfo Lutz.
A
inexistência da circulação do H2N3 foi confirmada pelo Ministério da Saúde. Os
vírus de influenza que atualmente circulam no Brasil são o influenza
A/H1N1pdm09, A/H3N2 e influenza B. Segundo
o infectologista Alberto Chebabo, do Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho, da UFRJ, a nomenclatura é uma invenção que apenas faz surgir pânico
entre as pessoas.
—
O vírus que existe é o H3N2. Certamente esse boato tem alguma relação com o
surto de gripe que ocorreu nos Estados Unidos recentemente. Por lá, a vacina,
que é modificada anualmente, não previu a mutação do vírus, e várias pessoas
acabaram infectadas. Aqui no Brasil, porém, a vacina disponível já contempla a
proteção para essa mutação.
Os
principais sintomas da gripe H3N2 são febre alta, coriza, dores no corpo e
tosse seca. O quadro pode ser agressivo em idosos, crianças e pessoas com
doenças crônicas. A vacinação é uma das principais defesas contra o vírus. A
previsão é de que a campanha nacional de vacinação comece na segunda quinzena
de abril.
Via:
O Globo
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