Terminou nesta terça-feira
(18) a 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos
(Celac) e da União Europeia (UE), em Bruxelas, na Bélgica, onde fica a sede do
bloco europeu. O encontro reuniu 60 líderes dos dois continentes, incluindo o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento não ocorria desde 2015 e foi
realizado em um cenário de aproximação entre europeus e latino-americanos. A
declaração final da cúpula, divulgada pelas chancelarias dos países, tem mais
de 40 pontos e abrange diversos temas de interesse comum. Um dos pontos, que
tem sido alvo de cobrança de governos de países pobres e em desenvolvimento,
refere-se à disponibilização de recursos, por parte das nações mais ricas, para
financiar projetos de mitigação e adaptação em relação às mudanças climáticas.
“Reconhecemos
o impacto que as alterações climáticas estão a ter em todos os países, afetando
particularmente os países em desenvolvimento e mais vulneráveis, incluindo os
pequenos Estados insulares em desenvolvimento, no Caribe, as regiões
ultra-periféricas da União Europeia, os países e territórios ultramarinos
associados à União Europeia e países em desenvolvimento sem litoral.
Ressaltamos a importância de cumprir o compromisso dos países desenvolvidos em
conjunto para mobilizar prontamente US$ 100 bilhões por ano para o
financiamento climático e para apoiar os países em desenvolvimento e dobrar o
financiamento para adaptação até 2025”, diz um trecho da declaração.
Em
seu discurso, na abertura da cúpula, Lula voltou a criticar os países ricos por
não cumprirem a promessa, feita em 2009, de destinar os US$ 100 bilhões ao ano
para os países em desenvolvimento, como forma de compensação pela crise do
aquecimento global e necessidade de contenção das emissões de carbono, para
manter a meta de aumento de até 1,5 grau Celsius na temperatura do planeta até
o fim do século, o objetivo mais ambicioso da comunidade internacional.
A
declaração aponta “profunda preocupação com a guerra em curso contra a Ucrânia”
e pede esforços de paz justa e sustentável na região. Em outro ponto, aborda a
grave situação humanitária no Haiti, prometendo esforços internacionais para
ajudar o país superar a complexa crise que vive há décadas. Sobre a Venezuela,
o texto defende um diálogo construtivo entre as partes nas negociações
lideradas pela Venezuela na Cidade do México. O mesmo assunto foi discutido em
uma reunião paralela envolvendo os presidentes da França, do Brasil, da
Argentina e Colômbia, além de representante da União Europeia, com governo e
oposição venezuelanos.
O
documento também reafirma diversos compromissos nas áreas de comércio justo,
saúde, segurança pública, combate à pobreza e às desigualdades. A próxima
cúpula Celac-UE deverá ser realizada em 2025, desta vez em algum países
latino-americano ou caribenho.
Em
seu último dia nesta viagem à Bélgica, o presidente Lula manteve encontros
bilaterais com chefes de governo da Alemanha, Suécia, Dinamarca e Áustria. Ele
também participou de um café da manhã com lideranças progressistas e democratas
latino-americanas e europeias. Lula retorna ao Brasil na manhã de quarta-feira
(18), após conceder uma coletiva de imprensa ainda em Bruxelas.
Via: Agência
Brasil
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