A líder de direita italiana Giorgia
Meloni aceitou nesta sexta-feira (21) um convite do presidente
Sergio Mattarella para formar um novo governo. Isso significa que ela pode se
tornar a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra na Itália,
faltando agora a aprovação do Congresso.
O partido de Meloni, chamado Fratelli d'Italia
(Irmãos da Itália, em tradução livre), venceu as eleições gerais de 25 de
setembro como parte de uma coalizão que inclui os partidos dos
ex-primeiros-ministros Silvio Berlusconi e Matteo Salvini, ambos de
direita. "Estamos prontos para formar um governo o mais rápido
possível", disse Meloni mais cedo na sexta-feira, após uma reunião inicial
entre os parceiros da coalizão e Mattarella. O novo governo será a
administração mais direitista da Itália desde a Segunda Guerra Mundial. Ele
substituirá um governo de unidade nacional liderado pelo ex-chefe do Banco
Central Europeu Mario Draghi.
Também será o 68º governo da Itália desde 1946 e enfrenta desafios assustadores, incluindo uma recessão iminente e o aumento das contas de energia, além de apresentar uma frente unida em sua resposta à guerra na Ucrânia. Embora o processo de montagem de uma nova administração tenha sido rápido para os padrões italianos, expôs tensões na coalizão, com Berlusconi repetidamente aparecendo para tentar minar a autoridade de Meloni.
Meloni posteriormente emitiu uma declaração dizendo
que seu governo seria firmemente pró-OTAN e pró-europeu: "Quem não
concorda com essa pedra angular não pode fazer parte do governo", disse
ela. O braço direito de Berlusconi em Forza Italia, Antonio Tajani, deverá ser
o próximo ministro das Relações Exteriores. Ele voou para Bruxelas na
quinta-feira para conversações com aliados da UE e assegurou-lhes que seu
partido condenou a invasão "inaceitável" da Ucrânia pela Rússia.
Espera-se que o posto crucial do Ministério da
Economia vá para Giancarlo Giorgetti, vice-chefe do Lega (Liga), partido de
Matteo Salvini, e ministro da indústria no governo de Draghi. Meloni fará seu
primeiro discurso no parlamento na próxima semana e precisa ganhar votos de
confiança em ambas as câmaras antes que as formalidades estejam completas e ela
possa começar a governar.
Por
Reuters
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