A Rússia iniciou
uma simulação de lançamento nuclear em massa com suas forças nucleares
estratégicas batizadas de “Grom” (Trovão, em russo) nesta quarta-feira, 26, sob
a supervisão do presidente Vladimir Putin,
que monitora tudo por videoconferência. “Sob a liderança do comandante supremo
das Forças Armadas, Vladimir Putin, as forças de dissuasão estratégica
terrestres, marítimas e aéreas realizaram treinamento, durante o qual foram
feitos lançamentos práticos de mísseis balísticos e de cruzeiro”, disse o
Kremlin em nota. Um míssil balístico foi lançado sobre a península de
Kamchatka, no Extremo Oriente russo, e outro a partir das águas do mar de
Barents, no Ártico. O exercício envolveu aviões bombardeiros de longo alcance
Tu-95. “As tarefas definidas durante o exercício de treinamento de dissuasão
estratégica foram totalmente cumpridas, com todos os mísseis atingindo seu
alvo”, acrescentou o Kremlin. Os testes acontecem em meio ao temor russo
sobre o uso de bombas-sujas por parte da Ucrânia.
As forças
“estratégicas” russas estão equipadas com mísseis intercontinentais,
bombardeiros estratégicos de longo alcance, submarinos, navios de superfície e
aviação naval. Segundo o ministro da Defesa, Serguei Choigu, trata-se de
exercícios com resposta a um ataque inimigo com armas semelhantes. O titular da
pasta, que se dirigiu a Putin como “camarada” e comandante-em-chefe das Forças
Armadas, informou ao presidente sobre o andamento das manobras, que duraram
apenas alguns minutos. Esses são os primeiro exercícios a serem realizados
desde o início da chamada “operação militar especial” na Ucrânia, lançada em
fevereiro deste ano. As manobras “Grom” têm por objetivo comprovar o nível da
preparação dos centros de comando das forças nucleares, ainda conforme detalhou
a presidência russa.
Esses exercícios ocorrem em
meio à ofensiva na Ucrânia e à crise com os ocidentais e um dia após presidente
dos Estados
Unidos, Joe Biden, afirmar que a
Rússia cometerá “um erro incrivelmente grave” se decidir utilizar armas
nucleares táticas na guerra contra a Ucrânia. “A Rússia estaria cometendo um
erro incrivelmente grave ao utilizar armas nucleares táticas”, disse o
mandatário à imprensa. O governo russo denunciou a possibilidade de a Ucrânia
utilizar uma “bomba suja” no seu próprio território para culpar a Rússia pela
utilização de armas de destruição em massa e gerar uma resposta dura do
Ocidente, uma acusação que Kiev rejeitou e que Paris, Washington e Londres veem
como um “pretexto para uma escalada militar russa”. Autoridades russas têm
repetidamente ameaçado usar armas nucleares no caso de uma ameaça existencial
ao Estado. Recentemente, o presidente alertou que a Rússia utilizará todo o
arsenal que tem para defender sua integridade territorial e as quatro regiões
ucranianas recentemente anexadas, de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia.
Segundo havia informado
antes o Pentágono, a Rússia informou aos Estados Unidos sobre os planos, que
coincidem com exercícios nucleares da Otan, chamados de “Steadfast Noon”
(Meio-dia Inalterável), que acontecem anualmente, faz uma década. O treinamento
da Aliança Militar começou no dia 17 e vai até 30 de outubro. O general Pat
Ryder, porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, foi responsável
por divulgar a informação e explicar que “a Rússia está cumprindo com suas
obrigações para o controle de armas e os compromissos de transparência com
essas notificações”.
Por Jovem Pan
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