Pesquisa liderada pela
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou um conjunto de
proteínas ligadas à depressão tardia, doença que acomete idosos. Foram
determinadas moléculas que podem contribuir para diagnósticos e tratamentos
mais eficazes. O estudo, que foi publicado no periódico europeu Journal of Proteomics, envolve também cientistas das
universidades de Connecticut (EUA) e de Toronto (Canadá), além da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
Daniel
Martins-de-Souza, professor da Unicamp e coordenador do trabalho, destaca que
um dos objetivos é entender a similaridade com a depressão. “Ainda não temos
ideia de quão similar, do ponto de vista molecular, essa depressão tem com a
depressão maior, que afeta quase 10% da população. E, da mesma forma como
[ocorre] para depressão maior, não temos biomarcadores que possam identificar
ou predizer que alguém vai desenvolver isso no futuro”, aponta.
Uma
das diferenças entre as duas manifestações da doença pode estar ligada ao
aspecto ambiental. “Ou seja, as pessoas passam por experiências na vida que
acabam dirigindo mudanças biológicas que levam à depressão. Isso também é
verdade para a depressão maior, mas essas características podem ser mais
proeminentes nas pessoas com depressão tardia”, relaciona. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos seis a cada 100 pessoas, entre
65 e 74 anos, serão diagnosticadas com depressão.
Foram estudadas amostras sanguíneas de 50 pessoas, das quais 19 tinham diagnóstico de depressão tardia. A análise mostrou diferenças significativas na concentração de 96 proteínas. Entre elas, 75 são candidatas para a determinação de uma identidade molecular para a doença geriátrica. As próximas etapas do estudo envolvem a coleta de novas amostras dessa população. A ideia é “quantificar especificamente estas 75 proteínas para ver se a gente consegue replicar esses dados”, explica o coordenador.
Além
disso, a doutoranda Lícia Silva-Costa, do Laboratório de Neuroproteômica da
Unicamp e uma das autoras do estudo, identificou seis proteínas que tem uma
correlação a severidade dos sintomas. “Também pode ser uma marcação para
predizer que uma pessoa vai ter uma piora muito grande de sintomas, o que
poderia ser previamente tratado”, acrescenta o professor. A proposta agora é
também validar essas informações com novas amostras.
Você será direcionado(a) para o sistema Fala.BR, mas é com a EBC que estará dialogando. O Fala.BR é uma plataforma de comunicação da sociedade com a administração pública, por meio das Ouvidorias. Sua opinião ajuda a EBC a melhorar os serviços e conteúdos ofertados ao cidadão. Por isso, não se esqueça de incluir na sua mensagem o link do conteúdo alvo de sua manifestação.
Via: Blog do FM
Nenhum comentário:
Postar um comentário