quinta-feira, 1 de setembro de 2022

ECONOMIA: Quase 500 mil potiguares recebem Auxílio Brasil, mais que empregados

O Auxílio Brasil é bem-vindo, sobretudo num país de esfomeados e desempregados. No Rio Grande do Norte, somente em agosto, foram quase R$ 300 milhões, distribuídos entre quase meio milhão de famílias potiguares, de acordo com dados da plataforma VIS Data, do Ministério da Cidadania. Até que ponto as pessoas votarão no presidente Bolsonaro por causa do auxílio é uma incógnita.

Entre as estatísticas que mais chamaram a atenção foi o crescimento no valor total repassado às famílias do estado, que cresceu nos meses de julho e agosto, alcançando a marca de R$ 295,4 milhões somente em agosto, incremento de 211,8% em relação à média de repasses no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho de 2022, os valores variaram entre R$ 89,6 milhões a R$ 94,7 milhões. A média aritmética do primeiro semestre deste ano foi de R$ 92,7 milhões.

Outra estatística que também aumentou foi o benefício médio recebido pelas famílias aptas a receberem o Auxílio. No primeiro semestre, o maior valor registrado foi R$ 216,28, enquanto o menor foi R$ 207,12; a média para os primeiros seis meses do ano chegou aos R$ 211,73. Para o mês de agosto, o benefício médio alcançou os R$ 606,94, elevação de 186,6%.

Conforme o economista Janduir Nóbrega, pelo menos dois motivos podem explicar este aumento nos repasses para os potiguares cadastrados no RN. “Mais pessoas no programa e aumento da remuneração até dezembro. O aumento no valor, que era de R$ 400, passou para R$ 600. Estamos falando de R$ 50% de aumento. Só isso aí já dá um número muito grande”, explicou.

Segundo a plataforma, em agosto 489.930 famílias tiveram direito ao benefício em todo o Rio Grande do Norte. O número já supera as 447.933 pessoas empregadas com carteira assinada no Estado até julho deste ano, de acordo com dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Para igualar o número, o estado precisaria gerar 41.997 empregos só em agosto sem demissões. Em todo o ano, o saldo é de 8.276 vagas no RN.

Nóbrega defende que isto pode ser um reflexo da geração insuficiente de empregos no estado. “Embora tenha gerado empregos e venha gerando desde janeiro, não gerou o suficiente para estas pessoas entrarem no mercado de trabalho. No semestre passado éramos o único estado, ou que estava no limite da geração de empregos ou pouco abaixo. Com a entrada de mais famílias no processo, este índice deve ter passado. Esta é uma realidade do Nordeste”, adiantou. Outro ponto defendido pelo economista é a facilidade de acesso ao programa.

O especialista disse que uma mudança deste quadro é considerada complexa em virtude de o programa não parecer ter prazo de validade. “Quem está dentro vai ficar. No Brasil as coisas provisórias têm uma rotina de se tornarem permanentes. Caso houvesse uma diretriz onde você participaria do programa por um semestre e tivesse esse tempo para se qualificar e procurar emprego, haveria uma tendência a diminuir. Não acredito que vá funcionar”, finalizou.

Via: Agrora RN

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