O
juiz federal Sergio Moro vai
ser o ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Ele deixou, às 10h45 desta
quinta-feira (1), a casa de Jair sem dar entrevistas, mas soltou nota na
sequência confirmando o aceite. A reunião, no condomínio na Barra da Tijuca,
durou cerca de uma hora e meia. Paulo Guedes, anunciado ministro da Economia,
foi embora no carro que levou Moro.
A
íntegra da nota de Moro
"Fui
convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da
Segurança Pública na próxima gestão.
Após reunião pessoal na qual foram discutidas
políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar, pois
terei que abandonar 22 anos de magistratura.
No
entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e
anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos,
levaram-me a tomar esta decisão.
Na prática, significa consolidar os avanços contra o
crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem
maior.
A
Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo
modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de
novas audiências".
Moro disse ainda que convocará
coletiva para a semana que vem, a fim de detalhar seu trabalho.
Moro desembarcou
no Aeroporto Santos Dumont por volta das 7h30. Ele veio de Curitiba em voo de
carreira e sem seguranças.
Questionado
sobre o que o motivou para o encontro com Bolsonaro, o juiz afirmou que o país
precisa de uma agenda anticorrupção e anticrime organizado. "Se houver a
possibilidade de uma implementação dessa agenda, convergência de ideias, como
isso ser feito, então há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito
prematuro", destacou Moro.
Durante o
voo, ele chegou a dizer que ainda não há nada definido.
“Tô indo
lá para conversar, não tem nada decidido. Ainda vai haver a conversa",
afirmou o magistrado.
Durante a
viagem, Moro também falou que considera prematuro temerem impacto negativo na
Lava Jato caso aceite o cargo. "Acho surpreendente falar que não se deve
nem conversar com um presidente que acabou de ser eleito por mais de 50 milhões
de brasileiros", afirmou.
Perguntado
sobre o fato de a defesa do ex-presidente Lula ter questionado o fato, ele
apenas respondeu que "se houver alguma alegação, será decidido nos
autos".
Globo.com
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