sexta-feira, 12 de setembro de 2025

ECONOMIA: Cana e melão lideraram produção em 2024, e novas culturas ganharam espaço no RN

O Rio Grande do Norte registrou aumento de produção em culturas agrícolas que ainda são incipientes no Estado. É o que apontam os números da Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE, com dados de 2024, que registrou aumento na produção de café e uva no RN, bem como o registro, pela primeira vez, da produção de soja e açaí em território potiguar. Aliado a isso, mesmo com queda na produção, o Estado segue na dianteira na produção de melão no Brasil, com 505.212 toneladas do fruto colhidas no último ano. Já a Cana-de-Açúcar segue na liderança da agricultura do RN em quantidade produzida, com 3,85 milhões de toneladas em 2024.

Segundo os dados do IBGE, a produção de soja no Rio Grande do Norte alcançou 240 toneladas, um número pequeno diante das mais de 144 milhões de toneladas produzidas no país. É a primeira vez que o grão mais produzido do Brasil é registrado em território potiguar. Foram 100 hectares plantados e colhidos na microrregião do Vale do Açu, com um rendimento médio de 2,4 mil quilogramas por hectare e R$ 600 mil em valor gerado para produtores. O açaí teve 20 toneladas produzidas no último ano, com valor total de produção de R$ 200 mil.

O plantio de uva no Rio Grande do Norte, registrado pelo IBGE desde 2016, cresceu em 2024 com mais três hectares plantados e colhidos identificados pela primeira vez no Leste potiguar, somando-se aos oito hectares que já vinham sendo destinados à cultura na região Oeste, a partir de 2023. No total, foram 125 toneladas produzidas no estado, com R$ 900 mil pagos aos produtores.

A produção de café arábica em grão, que aparece em uma área de três hectares no Agreste Potiguar, mais que dobrou entre 2023 e 2024, saindo de três para sete toneladas produzidas, com valor de produção de R$ 105 mil.

Na avaliação de Guilherme Saldanha, secretário de Agricultura e Pesca do RN (Sape), o surgimento dessas novas culturas é positivo para o Estado uma vez que há melhoria de competitividade para o produtor potiguar.

“O RN tem se destacado na fruticultura, tem tido grandes investimentos, especialmente aqui na região do Vale do Ceará-Mirim e Touros, nessa área de café e açaí, também ocorrendo nas regiões lá do Oeste. Temos uma questão de uva, com algumas empresas se instalando, estamos com duas indústrias de vinhos, uma em Martins e outra em Monte Alegre. E os grãos chegando com mais força, obviamente em áreas irrigadas, como no projeto Baixo-Açu, onde já existe uma produção de milho concentrada, mas também milho sendo associado com lavouras de melão no período das chuvas, como também a soja começando os primeiros experimentos, tanto lá na região do Vale do Açu, quanto na região de Touros”, explica Guilherme Saldanha.

Para o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira, a chegada de novas culturas representa uma diversificação importante na agricultura potiguar, trazendo novas oportunidades econômicas e reduzindo a dependência de culturas tradicionais.

“Diferentes regiões estão apostando em alternativas viáveis e promissoras, pois além dessas culturas já há plantio de cacau, por exemplo, até mesmo em consórcio com o açai. A Federação está acompanhando esse movimento de perto, oferecendo suporte técnico e incentivando os produtores, além de estar atenta para demandar políticas públicas que fortaleçam essa nova fase da produção rural no RN”, disse.

O presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex-RN), Fábio Queiroga, aponta que essas culturas que surgem no Estado são para estudos e análises de viabilidade para futuros negócios.

“Isso é importante pelo fato de serem iniciativas com o objetivo de identificar viabilidade de negócios, mas ainda é muito incipiente, não representa muito na nossa balança comercial. São áreas com o objetivo de identificar a factibilidade do negócio sob nossas condições. O café é uma cultura de clima mais frio, então é uma atividade experimentada nas regiões de maior altitude no Estado; o açaí já tem uma perspectiva melhor; a uva, temos um pesquisador da Ufersa que vem trabalhando a adaptabilidade dessa fruta na nossa região a partir do que já foi identificado e ajustado para as condições do Vale do São Francisco, que se aproximam das nossas condições. Têm sua relevância em caráter experimental para se iniciar essas atividades aqui, a fim de se conhecer mais delas”, cita Queiroga.

Via: Jair Sampaio
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