O processo pode ser feito inteiramente online — pelo aplicativo ou site da Serasa —, além de contar com atendimento presencial em agências dos Correios, para quem não tem acesso à internet. Em entrevista à TV Agora RN nesta segunda-feira 3, Guilherme Mendes, especialista em educação financeira da Serasa, explicou que o mutirão é uma “excelente oportunidade para todos os brasileiros retomarem um controle com a sua vida financeira”. Ele disse que a iniciativa, que ocorre anualmente, foi ampliada neste ano, com a adesão de mais parceiros e instituições credoras.
Como participar
O mutirão é acessível por diferentes canais. Quem quiser negociar pode acessar o site serasa.com.br, baixar o aplicativo Serasa (disponível para Android e iOS), entrar em contato pelo WhatsApp oficial (11) 99575-2096, ou ainda procurar uma agência dos Correios. No atendimento presencial, basta apresentar um documento de identificação. O cidadão pode consultar suas dívidas e regularizá-las diretamente no balcão, sem necessidade de agendamento. Já quem preferir o modo digital pode visualizar os débitos, escolher as opções de parcelamento e emitir os boletos na hora.
Uma das vantagens do sistema é a agilidade. “Você consegue regularizar pagando por boleto ou pagando por Pix. Ao realizar o pagamento com Pix, o nome fica limpo na mesma hora”, destacou Guilherme Mendes. Nos casos de pagamento por boleto, há um prazo de até cinco dias úteis para compensação. O parcelamento é permitido em várias faixas. “Temos parcelas que vão a partir de R$ 9,90, e o mais legal é que a dívida consegue ser regularizada a partir da primeira. Se você pagou a primeira via Pix, o seu nome é limpo na mesma hora”, explicou. Ele ressaltou, porém, que é essencial manter o compromisso assumido: “É importante honrar com aquela dívida, porque se deixar de pagar uma delas, o acordo é quebrado.”
Para fazer a consulta
presencial, é necessário apresentar documento de identificação, e apenas o
titular pode acessar as próprias informações. “Se você quiser tentar consultar
dados de terceiros, você não vai conseguir, a não ser que tenha uma procuração.
Isso é para a própria segurança de todas as pessoas envolvidas”, completou.
Tipos de dívidas
A campanha abrange diversos tipos de débitos, incluindo cartões de crédito, financiamentos, bancos, operadoras, contas de água e luz. A única exceção são as dívidas registradas em cartório, que precisam ser tratadas diretamente com o órgão. As negociações realizadas durante o mutirão permanecem vinculadas à plataforma da Serasa, permitindo que o consumidor gere as parcelas diretamente no aplicativo ou WhatsApp da empresa. “A partir do momento que você fez conosco, todos os meses você conseguirá gerar aquela parcela tranquilamente”, completou Mendes.
Inadimplência atinge quase metade dos adultos no RN
Os números apresentados por Guilherme Mendes mostram a dimensão do problema. “Hoje, no Brasil, temos mais de 70 milhões de brasileiros com inadimplência”, disse. Esse número representa um aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, o que reforça a importância de mutirões como o da Serasa. No Rio Grande do Norte, a situação é ainda mais preocupante. “Temos aqui uma população em média de 2,6 milhões de adultos. Desses, 48% possuem inadimplência. Estamos falando de 1,2 milhão de pessoas que possuem algum tipo de restrição perante o mercado”, destacou o especialista.
Guilherme Mendes revelou que existe um perfil predominante entre os devedores. “A nível Brasil, o sexo masculino predomina em relação ao feminino. Trazendo o recorte para o Rio Grande do Norte, esse cenário muda: o sexo feminino é predominante. E quando falamos de idade, pessoas de 40 a 60 anos são as mais devedoras”, detalhou. Para Mendes, o feirão não é apenas uma forma de quitar dívidas, mas também uma oportunidade de mudar hábitos financeiros. A Serasa, segundo ele, tem apostado na educação financeira como instrumento de transformação. “O importante não é somente regularizar, é manter a sua saúde financeira em dia”, afirmou.
“A Serasa traz conteúdos educativos na parte financeira, que é exatamente para poder ajudar o público a ter uma rotina. É importante todo mundo ter um orçamento adequado ao seu salário. É importante você ter uma reserva financeira, por exemplo, ou até mesmo saber para onde está indo o seu gasto”, explicou. Ele citou que a renda média do brasileiro gira em torno de R$ 2 mil, enquanto no Rio Grande do Norte é de aproximadamente R$ 1.600. “O ideal é o orçamento ser cumprido com aquele tanto que você está recebendo, mas muitas vezes isso não acontece”, observou.
Principais causas do endividamento
De acordo com dados da própria Serasa, as dívidas com bancos e cartões de crédito representam 27% do total, seguidas por contas básicas de consumo (21%) e financeiras (20%). Guilherme Mendes alertou para o perigo do uso descontrolado do cartão de crédito: “É muito importante você saber o quanto aquela parcela vai impactar na sua fatura. Muitas pessoas têm a rotina de pagar o mínimo, e isso vira aquela famosa bola de neve.” Ele também chamou atenção para o hábito de parcelar compras corriqueiras, como as do supermercado. “As pessoas olham que algo custa R$ 2.000 e pensam: ‘a parcela cabe no meu bolso’. Essa cultura de que ‘cabe na parcela, eu compro’ é um dos principais fatores de endividamento no Brasil”, explicou.
Confiança e resultados do mutirão
Diante da desconfiança de alguns consumidores, Guilherme Mendes garantiu que as negociações realizadas durante o feirão são legítimas e efetivas. “O mutirão especificamente da Serasa é o maior que possui hoje no Brasil. O ano passado tivemos mais de 10 milhões de dívidas regularizadas”, afirmou. Além do volume de acordos, o impacto financeiro é expressivo. “O ano passado tivemos mais de R$ 27 bilhões em descontos negociados pela plataforma da Serasa. Então isso é um número extremamente expressivo”, acrescentou.
Segundo ele, após o pagamento, a empresa credora tem a obrigação de retirar o nome do consumidor da base de negativados. “Quando você regulariza uma dívida, o seu nome sai da negativação, e consecutivamente o seu nome volta para o mercado para poder fazer essa negociação.” Segundo ele, o feirão é a chance ideal para virar a página antes do fim do ano. “É uma excelente opção para quem quiser finalizar o ano com o nome regularizado. Está chegando o Natal, é bom regularizar para poder dar presente para a família e começar 2026 com o pé direito”, concluiu.
Via: Jair Sampaio
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