Um grupo de pesquisadores
acaba de anunciar uma descoberta científica de grande importância no município
de Jandaíra, no Rio Grande do Norte. Uma nova espécie de animal exclusivamente
subterrâneo foi identificada em cavernas da região. A descoberta é ainda maior,
pois não há outros bichos muito parecidos em nenhum outro lugar, e foi
necessário criar um novo gênero (uma categoria superior a espécie)
também.
Os pesquisadores usaram o
termo em Tupi “Po-i”, que significa fino; e o termo grego “carcinia”, que
significa camarão. Assim, o nome da nova espécie significa “camarão fino que
vive em Jandaíra”.
A descoberta faz parte de um
estudo que encontrou três novos gêneros e espécies de animais chamados
calabozóides, pequenos crustáceos que vivem em ambientes subterrâneos. Uma
dessas novas espécies foi encontrada exclusivamente em Jandaíra, reforçando
a singularidade da fauna local, e recebeu o nome
de Poicarcinia Jandairensis.
“Com essa descoberta, dobramos
o número de gêneros e espécies de calabozóides em toda a América do Sul, pois
só eram conhecidas uma espécie na Venezuela e outras duas na Bahia. Agora, o
Rio Grande do Norte possui a maior riqueza de gêneros e espécies desse grupo em
toda a América do Sul, com duas espécies na região de Felipe Guerra e
Governador Dix-Sept Rosado e uma em Jandaíra”, explica o Analista Ambiental
Diego Bento, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav),
vinculado do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio/MMA). Ele conclui que preservar as cavernas de Jandaíra é fundamental
para impedir a extinção dessa linhagem, que provavelmente já habita a região há
milhões de anos.
O estudo reforça o papel do
Rio Grande do Norte como um dos estados brasileiros com maior diversidade
subterrânea conhecida. A descoberta coloca o estado em evidência na ciência e
reforça a importância da preservação ambiental e do cuidado com os ecossistemas
subterrâneos únicos da região.
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