Seis meses após um mutirão de
cirurgias de catarata realizado em Parelhas, na região Seridó do Rio Grande do
Norte, pacientes que perderam o globo ocular devido a infecções ainda não
receberam indenizações. A prefeitura chegou a oferecer R$ 50 mil por danos
morais e estéticos, mas a maioria recusou e ingressou na Justiça.
De acordo com o g1 RN, a
advogada Fabiana Souza, que representa sete vítimas que optaram por acionar o
município judicialmente, afirmou que algumas famílias esperam receber pelo
menos R$ 300 mil, sendo R$ 150 mil por danos morais e outros R$ 150 mil por danos
estéticos.
Em 27 e 28 de setembro, a
prefeitura de Parelhas realizou a cirurgia de catarata de 48 pessoas ao todo. O
município confirmou a infecção de 15 pessoas, dentre as 20, que foram atendidas
no primeiro dia 27, e afirmou que prestou assistência aos pacientes e notificou
formalmente a empresa responsável pelas cirurgias.
A professora aposentada Maria
das Dores da Silva, de 72 anos, uma das vítimas, relatou as dificuldades
enfrentadas após a perda do olho. “Eu era totalmente independente e agora tenho
que pedir ajuda até para sair de casa. Minha vida nunca mais foi a mesma”,
afirmou.
O lavrador Francisco de Assis,
de 68 anos, relatou as dificuldades financeiras e emocionais que vem passando
após o porcedimento. “Fui fazer a cirurgia para melhorar a visão e acabei
perdendo um olho. Não consigo mais trabalhar, e a aposentadoria não é suficiente
para todas as despesas”, declarou.
A família de José Fernandes da
Silva, de 75 anos, também entrou com ação na Justiça. Seu filho, Carlos
Fernandes, afirmou que a situação do pai se agravou após a perda do olho. “Ele
passou a ter depressão e precisa de acompanhamento constante. O impacto na
nossa família foi grande”, disse.
A prefeitura de Parelhas ainda
não se manifestou sobre as ações judiciais.
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