A sessão começou com a leitura do relatório do ministro
Alexandre de Moraes e com o posicionamento da Procuradoria-Geral da República.
Em seguida, o STF passou a ouvir os advogados dos acusados.
Cada representante teve 15 minutos para falar, em ordem
alfabética dos nomes dos acusados.
Leia abaixo o resumo dos argumentos das defesas
de cada réu:
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin
Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin), Ramagem foi representado na sessão pelo advogado Paulo Renato Garcia
Cintra Pinto.
Segundo o advogado, a denúncia constrói dois “conjuntos de
acusações” contra Ramagem:
- diz
que ele teria atuado na construção de uma “mensagem” para questionar a
credibilidade das urnas eletrônicas;
- diz
que, como diretor-geral da Abin, Ramagem teria montado uma estrutura
paralela no órgão para monitorar potenciais adversários.
A defesa de Ramagem nega ambas as
acusações. Segundo Cintra Pinto:
- no
caso da “mensagem” contra as urnas, a PGR reuniu “indícios extremamente
tímidos, singelos, da prática de um crime extremamente grave”;
- os
arquivos de texto citados na denúncia não trazem “argumentos novos” sobre
as urnas que pudessem ser atribuídos a Ramagem;
- que
a ferramenta FirstMile, que teria sido usada pela “Abin paralela”, teve o
uso descontinuado na gestão de Ramagem;
- que
a delação de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, não dá
“relevo algum à participação de Ramagem na organização”.
Ao fim, Cármen Lúcia pediu a palavra para confirmar um
trecho da fala do advogado – de que seria “dever da Abin” fiscalizar as urnas
no processo eleitoral.
“Vossa Excelência anotou ‘urnas’. E ‘urnas’ são de outro
Poder. Só para ter certeza do que eu anotei”, disse Cármen Lúcia.
Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
do Brasil
Almir Garnier foi representado no julgamento pelo advogado
Demóstenes Torres. Na fala, Torres:
- defendeu
que a denúncia deveria ser analisada no plenário do STF, e não na Primeira
Turma;
- disse
que os dados da denúncia são insuficientes para caracterizar uma
“organização criminosa armada”;
- disse
que a suposta organização criminosa começou a agir em julho de 2021, mas o
militar só foi inserido em novembro de 2022, quando teria assinado uma
nota com outros comandantes “a favor da liberdade de expressão” – e
questionou por que os outros comandantes não foram denunciados.
Via: Blog BG
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