Entre as doenças crônicas não
transmissíveis, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no
mundo e no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira do Coração (SBC).
Nas mulheres, ainda de acordo
com a SBS, observa-se aumento da prevalência e de morte por doenças
cardiovasculares principalmente após a menopausa. Vale destacar que, de acordo
com o Ministério da Saúde (MS), no país, cerca de 40% das mulheres estão nessa
etapa em que ocorre o climatério.
E, os famosos “fogachos” ou
ondas de calor, que são comuns durante esse período, são sintomas que têm
relação com o aumento de risco cardiovascular. Ginecologista especializado
em saúde metabólica e longevidade e autor do livro “Existe vida após a menopausa”,
Dr. Jorge Valente explica que os primeiros sintomas do climatério, fase da vida
da mulher iniciada quando ela começa a perder os hormônios sexuais e apresentar
todos os sintomas associados à menopausa, tendem a acontecer, em geral, a
partir dos 45 anos. Mas, a chegada da menopausa, que é quando a mulher fica um
ano ininterrupto sem menstruar, costuma ocorrer por volta dos 48 a 53 anos”.
Segundo o médico, os sintomas
vasomotores da menopausa, que incluem as ondas de calor, também conhecidas por
“fogachos” e a sudorese noturna, constituem uma resposta automática do sistema
nervoso autônomo à percepção de temperatura. “Nesta etapa da vida as mulheres
apresentam uma instabilidade no centro termorregulador porque a sensação
térmica é regulada por um núcleo do sistema nervoso central com abundância em
receptores estrogênicos”, destaca o Dr. Jorge Valente.
Isso ocorre, diz o médico,
porque o estrogênio desempenha uma importante função na manutenção da função
endotelial, que é a camada interna dos vasos sanguíneo, e a redução da sua
produção pode levar a danos e disfunção endotelial, sendo estes considerados
como evento iniciador da aterosclerose e do aumentando do risco de outras
doenças cardiovasculares.
Os estudos mostram que quanto
mais intensos ou prolongados são os “fogachos”, mais evidente o comprometimento
da saúde vascular. Ou seja, o risco de morte de mulheres por doenças
cardiovasculares após a menopausa de fato aumenta. “Os resultados destes estudos
nos trazem um alerta para a necessidade de valorização desses sintomas, devendo
pacientes e médicos acompanharem com atenção, tendo em vista os fatores de
risco que estes representam para a saúde cardiovascular e bem estar geral”,
destaca o ginecologista.
“É importante ainda salientar
que nem todas as mulheres vão apresentar este tipo de sintoma, pois estes
dependem de vários fatores, dentre eles o estilo de vida. Quando a mulher
inclui na sua rotina cuidados com a alimentação, exercícios físicos, hidratação
adequada e sono de qualidade, ela reduz as chances de apresentar os
desconfortos provocados pelo climatério e de doenças a estes relacionadas”,
alerta o médico. Ele lembra ainda que as mulheres devem estar atentas aos
sinais dados pelo corpo e que ao surgirem sintomas que possam estar associados
ao climatério busquem um profissional médico para uma avaliação mais detalhada
e prescrição de terapias adequadas para prevenção de agravos de saúde.
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