O Ministério da Saúde
reforçou, na última sexta-feira (11), durante o Dia Nacional de Prevenção da
Obesidade, a importância de políticas públicas para enfrentar o avanço da
obesidade no país. Através de programas de conscientização, monitoramento de
fatores de risco e incentivo à adoção de hábitos saudáveis, o governo busca
conter o crescimento da doença crônica que, de acordo com dados recentes, já
atinge 24,3% da população adulta brasileira. Além disso, a pasta tem como meta
reduzir a prevalência da obesidade para 20,3% até 2030, alinhando-se a
recomendações internacionais.
A obesidade, que impacta todas
as faixas etárias, está associada a sérias condições de saúde, como doenças
cardiovasculares, diabetes e hipertensão, além de acarretar danos psicológicos,
como baixa autoestima e depressão. Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, os
números são expressivos: 23% dos homens e 21% das mulheres estão obesos,
segundo dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).
Em resposta ao crescimento
constante da obesidade desde 2006, o Ministério da Saúde ampliou suas
estratégias de prevenção. O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento
das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), em vigor até 2030, integra
ações para controlar a obesidade e incentivar o aumento de 30% no consumo de
frutas e hortaliças no país. Além disso, programas como o Guia Alimentar para a
População Brasileira, publicado em 2014, e o Guia de Atividade Física, de 2021,
orientam a população sobre escolhas saudáveis.
A diretora do Departamento de
Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Letícia de
Oliveira Cardoso, ressalta a importância do monitoramento contínuo para o
sucesso das políticas públicas. “A avaliação dos indicadores nutricionais e
alimentares é essencial para medir os progressos ou identificar áreas que
precisam de atenção no combate à obesidade”, afirma.
A prevenção e o tratamento da
obesidade no SUS são conduzidos pela Atenção Primária à Saúde (APS), que
promove o acompanhamento de pacientes com sobrepeso através de equipes
multidisciplinares. Casos mais complexos, como os que demandam intervenções
cirúrgicas, são direcionados para outros níveis de atendimento dentro da rede
pública.
Para garantir um atendimento
de qualidade, o Ministério da Saúde investe na capacitação de profissionais de
saúde, promovendo abordagens mais empáticas e sem estigmas, e estimula
parcerias com universidades e institutos de pesquisa para aprimorar as estratégias
de cuidado e prevenção. Kelly Alves, coordenadora-geral de Alimentação e
Nutrição, reforça que “é necessário criar políticas públicas que incentivem
escolhas saudáveis e combatam a exposição da população a ambientes
obesogênicos, que favorecem o consumo de alimentos ultraprocessados e o
sedentarismo”.
O enfrentamento à obesidade,
segundo especialistas, passa por uma combinação de educação alimentar,
atividade física e políticas que protejam a população das práticas que promovem
hábitos prejudiciais à saúde.
Via: Tribuna do Norte
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