Com a incidência anual de 185 mil novos casos, o câncer de pele corresponde a 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil, conforme os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Dados recentemente apurados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), apontam uma realidade bastante preocupante quando o assunto é o número de casos de câncer de pele no país e no estado do Rio Grande do Norte.
A análise nacional indica que, de forma geral, os serviços de combate e prevenção ao câncer de pele foram comprometidos. Mas, ao longo de 2020, estima-se que 17.227 diagnósticos deixaram de ser realizados em todo o país, o que significa uma queda de 24,7% em comparação a 2019. No Rio Grande do Norte, durante o ano de 2020, momento mais crítico da pandemia de covid-19, foram realizados 592 diagnósticos a menos dessa doença do que em 2019. Isso significa que o número absoluto de casos foi 34% menor do que no período anterior ao avanço do coronavírus.
Em linhas gerais, significa que milhares de casos de câncer de pele potencialmente devem iniciar seus tratamentos com atraso ou ainda nem foram descobertos pelos médicos, o que tem impacto direto nas chances de recuperação e cura dos pacientes. Em 2021, nos seis primeiros meses do ano, percebeu-se um movimento de retomada gradual do volume de atendimentos, contudo os números ainda são inferiores aos registrados na etapa pré-pandemia.
Na avaliação dos especialistas da SBD, a retração do número de diagnósticos em 2020 tem relação com a covid-19. Por conta do receio de contaminação pelo coronavírus, suspeitando que ele estaria mais presente nos ambientes ambulatoriais ou hospitalares, milhares de pessoas postergaram seus exames e consultas. Além disso, inúmeros serviços de saúde reorientaram suas agendas, restringindo o acesso de pacientes ou mesmo limitando seus atendimentos aos casos de covid-19.
Ao analisar os números sob a perspectiva da idade dos pacientes, fica evidente que as faixas etárias mais prejudicadas foram as que estão a partir dos 60 anos. As informações oficiais indicam que nestes grupos o déficit chegou a 11.906 casos absolutos na comparação entre 2020 e 2019.
A divulgação desses números coincide com o início da campanha do Dezembro Laranja, organizada pelo SBD, que tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos do câncer de pele. Além de estimular a incorporação dos hábitos de fotoproteção ao cotidiano das pessoas, a iniciativa também orienta a busca de orientação dos médicos dermatologistas em caso do surgimento de sinais e sintomas que merecem ser investigados.
sbd.org
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