quinta-feira, 23 de outubro de 2025

BEBIDAS: Sétima morte de intoxicação por metanol é confirmada em SP

A sétima morte confirmada por intoxicação com metanol no estado de São Paulo é a de Cleiton da Silva Conrado, de 25 anos, morador de Osasco, na Grande São Paulo. Ele foi encontrado sem vida em casa. A companheira dele, Jhenifer Carolina dos Santos Gomes, também foi localizada desacordada, chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu. A morte de Cleiton, porém, ainda não aparece entre os casos oficialmente investigados pelas autoridades, conforme o g1.

De acordo com relatos, o casal havia participado de um churrasco na casa de Daniel, outra vítima. Após o encontro, os três saíram juntos para comprar bebidas em uma adega. Pouco depois, Daniel também passou mal e morreu.

Cleiton morreu em 23 de setembro. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde exames apontaram a presença de 16 dg/L de metanol no sangue, além de traços de cocaína. Segundo o boletim de ocorrência, o médico do Samu que atendeu a ocorrência encontrou o jovem caído, com suspeita de overdose e sem sinais de violência.

A viúva de Daniel, Josiellen dos Santos de Jesus, de 27 anos, contou que o churrasco tinha o objetivo de apresentar o marido de sua prima, Cleiton. Segundo ela, várias pessoas estiveram presentes, mas, ao final, permaneceram apenas os três — Jhenifer, Cleiton e Daniel — bebendo até mais tarde.

Josiellen relatou ainda que Daniel e Cleiton foram algumas vezes a uma adega próxima, onde compraram um combo de uísque com energético e possivelmente também gin.

“A gente fez um churrasco lá em casa para conhecer o marido da minha prima, que foi o primeiro que faleceu, o Cleiton. Depois, a minha prima também morreu. A minha sorte é que eu não bebo. Senão, estaria ele [Daniel] em um caixão e eu do lado em outro”, disse Josiellen.

Ela informou que peritos estiveram no local e recolheram todas as garrafas. O casal estava junto havia sete anos e tinha uma filha de quase um ano.

Outras vítimas de intoxicação por metanol

  • Além de Cleiton, outras seis mortes já foram confirmadas por intoxicação com metanol:
  • Ricardo Lopes Mira, 54 anos, São Paulo (SP)
  • Marcos Antônio Jorge Júnior, 46 anos, São Paulo (SP)
  • Marcelo Lombardi, 45 anos, São Paulo (SP)
  • Bruna Araújo, 30 anos, São Bernardo do Campo (SP)
  • Daniel Antonio Francisco Ferreira, 23 anos, Osasco (SP)
  • Leonardo Anderson, 37 anos, Jundiaí (SP)

Os casos confirmados subiram de 38 para 42, enquanto os investigados caíram para 18, incluindo uma morte sob apuração em Piracicaba. Até esta quarta-feira (22), 423 suspeitas foram descartadas.

Jovem completa 50 dias em coma após ingerir gin adulterado

Outra vítima do consumo de bebida adulterada é Rafael Anjos Martins, de 28 anos, que está em coma há 50 dias após ingerir gin com metanol comprado em uma adega na Cidade Dutra, zona sul de São Paulo.

Diagnosticado em 1º de setembro, ele permanece internado na UTI de um hospital em Osasco, sem fluxo sanguíneo cerebral e dependente de ventilação mecânica. O laudo apontou 155 mg/L de metanol no sangue. Segundo especialistas, valores acima de 100 mg/L podem causar coma profundo, lesões cerebrais graves e até a morte.

A Polícia Civil investiga o caso. No local, foram apreendidas garrafas abertas e outras 14 lacradas, todas enviadas para perícia.

Riscos e sintomas

O metanol é um álcool de uso industrial presente em solventes e combustíveis. Quando ingerido, é altamente tóxico e pode causar cegueira, coma e falência de órgãos, além de comprometer o fígado, o cérebro e o nervo óptico.

O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo orienta bares e estabelecimentos a verificarem a procedência das bebidas. Os sintomas de intoxicação incluem dor abdominal, vômito, visão turva, confusão mental e convulsões.

Em caso de suspeita, a recomendação é procurar atendimento médico imediato.

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