O primeiro animal de estimação
a testar positivo para o coronavírus Sars-CoV-2 do Brasil foi descoberto em
Cuiabá, no Mato Grosso. É uma gatinha de poucos meses. Ela não tem sintomas da
Covid-19 e contraiu a doença de seus tutores este mês. A possível infecção de
outro gato e de um cachorro está em estudo. A gatinha foi testada positiva pelo
exame molecular de PCR, padrão ouro para o coronavírus, pela pesquisadora
Valéria Dutra, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá.
A
cientista adverte que pessoas infectadas pelo coronavírus devem se manter
isoladas de seus animais. A gata foi infectada pelo Sars-CoV-2 porque teve
contato com os donos durante o período de isolamento deles.
O
caso acende o alerta para o risco de as pessoas transmitirem o coronavírus para
os animais. Investiga-se a hipótese de estes poderem, então, contaminar gente e
outros bichos. Isso não só aumentaria os meios de transmissão quanto os
reservatórios do vírus, apesar de, por ora, sejam somente hipóteses, sem comprovação.
Em
laboratório, na China, mostrou-se ser possível que gatos transmitam a doença
para outros felinos. Mas não se sabe se podem transmitir para seres humanos e
sequer se o contágio entre felinos é fácil. A suposição é de que não não seja.
—
Minha preocupação é que os animais infectados levem o coronavírus para mais
animais e pessoas. No caso do gato é ainda mais complexo do que no do cão
porque gatos que moram em casas muitas vezes saem de seu domicílio livremente —
afirma Valéria Dutra.
Pouco
se sabe sobre a Covid-19 em pets e há menos de 20 casos de cães e gatos
comprovadamente infectados no mundo e relatados em literatura científica.
Mais
suscetíveis que cães
Os
gatos, pelo que se viu até agora, são mais suscetíveis do que os cães, explica
Alexander Biondo, do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Paraná (UFPR), um dos poucos cientistas brasileiros a investigar a
Covid-19 em pets.
Via: O Globo
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