A pandemia do novo coronavírus tem dificultado o diagnóstico e
tratamento de crianças e adolescentes com câncer. Esse foi o tema de debate
ocorrido nessa quinta-feira (24) entre as instituições que promovem o Setembro
Dourado no RN. A live foi mediada pela vereadora Júlia Arruda, autora da Lei nº
6.540/15, que instituiu a campanha de conscientização sobre o diagnóstico
precoce do câncer infantojuvenil no calendário oficial de Natal, e contou com
as participações da Confederação Nacional das Instituições de Apoio e
Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC), Casa Durval Paiva,
Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC/RN), Liga Contra o Câncer e Hospital
Infantil Varela Santiago.
O
encontro marcou o encerramento do Setembro Dourado no município, e o objetivo
foi discutir os principais desafios para o diagnóstico precoce do câncer
infantojuvenil, agravados pelo contexto da Covid-19. A campanha ocorre em Natal
desde 2015 e esse ano as atividades priorizaram o formato digital. As entidades
promoveram treinamentos e capacitações online, e também mobilizações através
das redes sociais, em respeito ao isolamento social instaurado no país e no
mundo.
“O
setembro é um mês multicolorido, de muitas lutas e causas importantes. E o
Setembro Dourado vem no sentido de alertar toda a sociedade para os sinais e
sintomas do câncer infantojuvenil. Em 2020, ganhou um formato mais digital, por
razões óbvias, mas o importante é fazer com que essa mensagem alcance o máximo
de pessoas possível”, destacou a vereadora Júlia Arruda, coordenadora da Frente
Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente na Câmara
Municipal.
O
câncer é a principal causa de morte de crianças e adolescentes entre 1 e 19
anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No Rio Grande do
Norte, estima-se que o número de novos casos chegue a 130 por ano. No entanto,
durante a pandemia, a subnotificação tende a aumentar. Foi o que alertaram os
representantes da Casa Durval Paiva, Rilder Campos, e do Grupo de Apoio à
Criança com Câncer , Tânia Cabral .
“O
que mais impacta é que muitas vezes, por medo da pandemia, muitos pais não
estão procurando nenhuma assistência. Ou seja, o problema não é necessariamente
o diagnóstico, mas a demora por procura de tratamento. Tanto a Liga quanto o
Varela se organizaram para que nenhum paciente deixasse de ser atendido
nesse período. Foram montadas equipes e as unidades foram divididas para
diminuir os riscos”, explicou a Dra. Annick Beaugrand, oncopediatra da Liga.
As
estatísticas apontam que hoje o índice de cura do câncer infantojuvenil está em
torno de 65%. Embora esse número tenha potencial para ser maior, o diagnóstico
tardio da doença dificulta o tratamento e a cura. Por isso, as instituições
defendem que a campanha seja continuada, de forma a impactar o maior
número de pessoas e, assim, fazer com que crianças que não estão chegando aos
hospitais tenham chance de cura. “Setembro não acaba no dia 30; setembro
segue”, conclamou Dr. Wilson Cleto, coordenador do Serviço de Oncohematologia
do Hospital Infantil Varela Santiago.
Via: Novo Notícias
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