Uma nova doença, ainda sem
nome, cujos sintomas são semelhantes aos da leishmaniose, porém mais graves e
resistentes ao tratamento, foi descoberta por pesquisadores da Universidade
Federal de São Carlos (UFScar), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade
Federal de Sergipe (UFS).
Desde
2011, quando foi identificada pela primeira vez, já foram confirmados 150 casos
e duas mortes em Aracaju, no Sergipe. O causador da doença é um parasita ainda
sem nome e totalmente diferente da leishmania, a responsável pela Leishmaniose. “Estamos
investigando para saber de onde veio esse parasita. Se sempre conviveu conosco
e era equivocadamente diagnosticado como leishmaniose.
Temos observado que, com
o aquecimento global, há cada vez mais doenças infecciosas emergentes,
principalmente nas regiões tropicais, sobretudo as transmitidas por insetos que
gostam de clima quente”, afirma Sandra Regina Costa Maruyama, professora da
UFSCar, que liderou a pesquisa. “O
aumento da letalidade da leishmaniose visceral no Brasil pode estar ligado ao
surgimento de uma nova doença parecida com a leishmaniose, porém mais grave,
que não responde ao tratamento, e que é causada pelo novo parasita que foi
descoberto”, completa o pesquisador Roque Pacheco de Almeida, da UFS.
A
comparação à leishmaniose se dá devido aos sintomas muito parecidos que são
febre, dor no corpo, cansaço, inchaço no baço e no fígado e diminuição dos
glóbulos brancos, segundo Sandra. Os pacientes dessa nova doença são
resistentes ao tratamento da leishmaniose, realizado à base de drogas
consideradas antifúngicas, apresentando recaídas.
O
novo parasita, ainda sem nome, não se assemelha ao Leishmania sp. causador da
leishmaniose, mas sim ao Crithidia fasciculata, com uma diferença. O Crithidia
fasciculata não infecta mamíferos, porém, ao ser testado em modelos animais,
mostrou-se capaz de infectar camundongos em laboratório, o que comprova que
pode infectar humanos. Trata-se de um parasita emergente, ainda não descrito
pela ciência.
“Em
mais de 30 anos trabalhando com leishmaniose, durante os quais diagnostiquei
mais de 11 mil pacientes, eu nunca havia visto nenhum caso parecido!”, afirmou
Almeida. O
Leishmania sp. é transmitido pela picada do mosquito palha. Já o Crithidia
fasciculata é transmitido por uma espécie de Anopheles, semelhante à malária, e
o Culex, o pernilongo doméstico. Mas ainda não se sabe qual mosquito pode
transmitir a nova doença.
Via:
R7
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