O novo tratamento para
pacientes em estágios iniciais da doença de Alzheimer, que retarda a perda
cognitiva, começará a ser disponibilizado no Brasil. Chamado de Kisunla
(donanemabe), da farmaceutica Eli Lilly, o medicamento poderá ser adquirido em
poucos locais selecionados e apenas em clínicas e hospitais particulares. As
informações são do jornal O Globo e do portal InfoMoney.
Aprovado pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril deste ano, ainda não há previsão para
a incorporação do tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) ou cobertura
obrigatória pelos planos de saúde. O remédio fez parte de uma nova geração de
fármacos voltados para o tratamento do Alzheimer, a primeira em mais de duas
décadas.
O Kisunla é um anticorpo
monoclonal que elimina as placas de beta-amiloide, uma proteína que se acumula
no cérebro de pacientes com a doença, e é indicado apenas para os pacientes que
apresentam comprometimento cognitivo leve ou demência leve associados ao
Alzheimer.
Ele é injetável de forma
intravenosa mensalmente em ambiente clínico ou hospitalar. A duração do
tratamento vai da eliminação da placa no cérebro até, no máximo, 18 meses, a
depender do acompanhamento e da indicação médica.
Estudos clínicos conduzidos
com o medicamento, os pacientes tratados com o Kisunla apresentaram progressão
clínica da doença até 35% menor na comparação com os participantes que
receberam o placebo ao longo do período de 18 meses de tratamento. A progressão
corresponde a um atraso de 4,4 meses no declínio cognitivo. De modo geral,
houve uma redução de 37% no risco de progredir para a próxima fase da doença no
período.
No Brasil, o remédio será
vendido em frascos de 350 mg de substância cada, sendo que o tratamento é
iniciado com 700 mg (dois frascos) por mês nas primeiras três doses e depois
aumenta para 1.400 mg (quatro frascos) mensais até o final. Dados de acompanhamento
de três anos do uso da terapia sugerem que benefícios continuam mesmo após o
término do tratamento.
Um dos primeiros locais que
oferecerão o medicamento no país será a Dasa, que o disponibilizará o Kinsula
em suas unidades do Alta Diagnósticos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os
valores começarão a partir de R$ 8 mil, o que inclui a medicação, o neurologista
que vai acompanhar o paciente e a infraestrutura necessária para aplicação do
remédio. Cada sessão de infusão leva cerca de 30 minutos, seguidos de mais meia
hora de observação.
O neurologista Diogo Haddad,
coordenador do Núcleo de Memória do Alta Diagnósticos, reforça que o Kisunla
“exige acompanhamento médico rigoroso”, mas que ele “já demonstrou resultados
interessantes em estudos clínicos para um grupo de pacientes específico com
doenças iniciais”.
Um dos pontos de atenção é que
o remédio, ainda que seja uma nova fronteira no tratamento do Alzheimer, tem
efeitos colaterais significativos. Nos estudos, por exemplo, houve casos de
hemorragias (sangramento) e edemas (inchaço) cerebral associados ao tratamento,
inclusive de óbitos.
Via: Bahia BA


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