sábado, 16 de agosto de 2025

SAÚDE: SUS passa a oferecer teste de DNA-HPV para prevenção do câncer do colo do útero

Ministério da Saúde começou nesta sexta-feira 15 a implantação do teste molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). A tecnologia, totalmente desenvolvida no Brasil, detecta 14 genótipos do papilomavírus humano, responsável por quase todos os casos de câncer do colo do útero. A expectativa é alcançar 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos por ano até dezembro de 2026.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a infraestrutura criada durante a pandemia será utilizada para os novos exames. “Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, disse.

O DNA-HPV substituirá o Papanicolau como principal exame de rastreio. O método tradicional continuará sendo utilizado apenas para confirmar casos positivos. Produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz, o novo teste é mais sensível e reduz falsos negativos, permitindo intervalos de até cinco anos entre os exames quando o resultado for negativo.

Padilha explicou a diferença entre os métodos. “Com o Papanicolau, o exame precisa ser repetido a cada três anos. Com essa nova tecnologia, o intervalo passa a ser de cinco anos. Além disso, elimina a necessidade de nova coleta quando o resultado é inconclusivo — a mesma amostra já serve para todos os exames necessários, acelerando o encaminhamento ao tratamento”, afirmou.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais incidente entre mulheres no Brasil, com 17 mil novos casos por ano. No Nordeste, continua sendo a principal causa de morte por câncer entre mulheres. “O câncer do colo do útero ainda é o que mais mata mulheres no Nordeste. No Brasil, são 20 mortes por dia — até seis vezes mais que os casos de feminicídio em alguns estados. Com diagnóstico mais rápido e tratamento precoce, podemos salvar muitas vidas”, destacou o ministro.

A implementação segue as novas Diretrizes Brasileiras de Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, elaboradas por 81 especialistas de 37 instituições sob coordenação do INCA. O modelo prevê a busca ativa por mulheres de 25 a 64 anos nas comunidades, com prioridade para quem nunca fez o exame ou está com ele em atraso. O teste já começou a ser oferecido em Recife (PE), Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Pará, Rondônia, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.

Outra medida anunciada é a autocoleta ginecológica para mulheres em situação de vulnerabilidade, como pessoas em situação de rua, migrantes, refugiadas, quilombolas, circenses e LGBTQIAPN+. A coleta poderá ser feita em casa, com orientação profissional, e entregue em uma unidade básica de saúde. Para garantir a aplicação, o Ministério da Saúde fornecerá kits, treinamentos e suporte diagnóstico por meio do Super Centro para Diagnóstico do Câncer. Também haverá parcerias com o INCA e o Hospital Albert Einstein para cursos de citopatologia.

Durante visita a Recife, Padilha anunciou investimentos no Programa Agora Tem Especialistas, incluindo a ampliação da radioterapia no Hospital Universitário Oswaldo Cruz e a entrega de um novo acelerador linear ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). O equipamento, orçado em R$ 10 milhões, deve ampliar em 133% os atendimentos em um ano.

Via: Agora RN

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