No dia nacional da
Alfabetização, celebrado 14 de novembro, o Brasil reflete sobre os desafios
persistentes para erradicar o analfabetismo, um problema ainda presente em
milhões de pessoas, principalmente entre a população mais velha. Segundo a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2023, divulgada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil ainda conta
com 9,3 milhões de analfabetos, dos quais 8,3 milhões têm mais de 40 anos. A
desigualdade é ainda mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste, afetando
desproporcionalmente mulheres negras, pardas e moradores de zonas rurais.
Para combater essa realidade,
o Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos, promovido pelo
Instituto Yduqs em parceria com a Estácio, oferece aulas gratuitas e material
didático completo, com o objetivo de alfabetizar adultos que não tiveram a
oportunidade de aprender a ler e escrever na idade escolar. O programa já está
com inscrições abertas para o primeiro semestre de 2025, em 15 campi da Estácio
localizados em estados como Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no
Distrito Federal.
“A cada conquista de um aluno
alfabetizado demonstramos que, apesar das dificuldades, a educação é a chave
para uma vida melhor e mais independente para muitos brasileiros que só
precisam da oportunidade certa. Ao longo desses sete anos, o programa já beneficiou
centenas de famílias e queremos levar essa oportunidade para novas
comunidades”, afirma Cláudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e
vice-presidente do grupo educacional Yduqs, organização da qual a Estácio faz
parte.
Em cerca de quatro meses, os
alunos recebem uma formação em dois módulos: o primeiro foca na alfabetização e
no domínio básico da matemática, enquanto o segundo trabalha a leitura,
interpretação de texto e escrita, atendendo também ao público analfabeto funcional.
A metodologia do programa tem ênfase na afetividade e sensibilidade, sendo conduzida por uma equipe de mais de 70 profissionais, entre coordenadores, professores e alunos dos cursos de licenciaturas da Estácio. A atriz Malu Mader é madrinha do projeto e apoia sua divulgação. Desde sua criação em 2018, o programa já beneficiou mais de 1.700 pessoas, promovendo uma inclusão real e contribuindo para uma sociedade mais justa.
Em Salvador, as alunas Dejane Almeida, Maria de Lurdes dos Anjos e Raimunda Conceição são exemplos de como a educação pode transformar vidas. Dejane, mãe e dona de casa de 49 anos, moradora do Subúrbio Ferroviário de Salvador, decidiu se inscrever no programa por incentivo do filho João Pedro. “Quando fui chamada, chorei de tanta emoção. Poder aprender hoje, o que não aprendi no passado, é gratificante. Estou muito feliz com minhas conquistas, que para mim são gigantes. Com o apoio das professoras, dos meus colegas e do meu filho, sinto que estou indo mais longe do que jamais imaginei chegar”, celebra.
Maria de Lurdes, de 58 anos, cuidadora de idosos e natural de Adustina (BA), enfrentou inseguranças ao longo da vida, como a dificuldade de ler uma receita para administrar medicações. “ Com as aulas, consegui me libertar de limitações que, inclusive, eu mesmo me coloquei. Estou muito feliz e encorajo qualquer pessoa a participar. Tudo está valendo a pena”, afirmou.
Já Raimunda Conceição, de 60 anos, decidiu mudar sua história e se alfabetizar após o incentivo de uma amiga.“Sem essa iniciativa da minha colega, nada disso seria possível. Quando tinha 12 anos, meus pais me abandonaram e tive que seguir a vida sempre só e lutando muito. Hoje, sou casada e estou grata por tudo que tenho”, conta.
O Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos do Instituto Yduqs tem mostrado resultados expressivos, não apenas ao transformar a vida de seus alunos, mas também ao contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especificamente os ODS nº 3 (Saúde e Bem-Estar), nº 4 (Educação de Qualidade) e nº 10 (Redução das Desigualdades). Saiba mais sobre a iniciativa através do site oficial.
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