A Rússia disparou pela
primeira vez na história um míssil intercontinental desenhado para uso em
guerra nuclear, em um ataque contra a Ucrânia. Segundo a Força Aérea de Kiev,
ele carregava seis ogivas convencionais e atingiu a cidade de Dnipro na madrugada
desta quinta (21).
A acusação da Força Aérea
ucraniana foi confirmada por analistas consultados pelelo jornal Folha de S.
Paulo a partir de imagens georreferenciadas de redes sociais. Já a rede
americana ABC diz que autoridades ocidentais têm dúvidas acerca do modelo
usado, apesar de vídeos serem consistentes com a chegada de ogivas múltiplas
dos chamados ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais, na sigla inglesa). A
ação, se confirmada e que envolveu outros mísseis, representa uma dramática
sinalização simbólica na guerra, que vive um perigoso momento de escalada.
Ele começou no fim de semana,
quando foi revelada a autorização dada pelos Estados Unidos para que Kiev
pudesse empregar mísseis americanos com alcance de até 300 km contra alvos
dentro do território russo. O governo de Volodimir Zelenski, muito pressionado
no campo de batalha, pedia havia meses a medida e, já na terça (19) promoveu o
primeiro ataque contra um arsenal russo a 150 km de sua fronteira.
Na véspera, o presidente
Vladimir Putin havia dado mais uma cartada nuclear na disputa, editando a
revisão de sua doutrina de uso de armas atômicas. O texto é bem mais duro do
que o especulado: além de prever retaliação com esses armamentos em caso de qualquer
ataque convencional, considera países e alianças que apoiem tal ação alvos
legítimos.
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