Depois da Nova Zelândia, agora
é a vez de o governo irlandês considerar uma medida bastante radical para
combater o aquecimento global: abater quase 200 mil vacas em três anos. O setor
agrícola é responsável por quase 40% das emissões de gases de efeito estufa,
principalmente por causa do metano liberado por animais como vacas e ovelhas. O
objetivo final de Dublin é reduzir em 1/4 as emissões de gases de efeito estufa
provenientes da agricultura até 2030.
Resta saber se o abate industrial das centenas de milhares de bovinos surtirá real efeito ou se o sacrifício dos animais atende apenas a uma necessidade do branding ambiental irlandês, uma vez que a Europa se encontra muito longe de alcançar os objetivos ecológicos estipulados pela última COP, embora não dê o braço a torcer na hora de negociar com países emergentes. Por um lado, a Irlanda possui mais gado do que pessoas, com 5 milhões de irlandeses para 6,5 milhões de vacas. Um número que aumentou 40% nos últimos 10 anos.
De acordo com um comunicado emitido pela Comissão Europeia ao Departamento de Agricultura da Irlanda e relatado pelo Irish Times, esse crescimento foi impulsionado pelo fim das cotas de leite na UE em 2015. Na época, a Comissão advertiu que a Irlanda precisava ser "mais ambiciosa" no cumprimento das metas climáticas, ambientais e de biodiversidade antes de assinar seu mais recente plano estratégico da Política Agrícola Comum (PAC).
Cerca de 40% das emissões de metano produzidas pelo homem são provenientes da agricultura em todo o mundo e, principalmente, da pecuária. E o abate dos quase 200 mil bovinos em três anos reduziria as emissões de CO2 em quase uma tonelada. Embora a medida seja atualmente planejada de forma voluntária, ela está provocando a ira de fazendeiros e associações de proteção animal.
Estudos europeus comprovam que a criação intensiva de gado não tem a mesma pegada de carbono que a criação de gado livre em pastagens, que incentiva a biodiversidade. Da mesma forma, uma fazenda de gado alimentada localmente poluirá menos do que uma fazenda que importa alimentos baratos de outro país.
No
entanto, a pecuária ainda é o setor mais subsidiado da França, recebendo € 4,3
bilhões em subvenções todos os anos. Em seu relatório, o Tribunal de Contas da
França questiona justamente essa escolha orçamentária.
Via: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário