Os foragidos de
Mossoró, que participaram de audiência de custódia nesta
sexta-feira, dia 5, denunciaram policiais de agressão após serem detidos. Eles
foram recapturados na quinta-feira, dia 4, a caminho de Marabá, no interior do
Pará, após 50 dias de buscas.
Um
dos foragidos denunciou um agente da Polícia Federal por pisão na cabeça e
chute nas costas após ter sido rendido, diz a defesa. A advogada Flávia Fróes
disse que Rogério da Silva Mendonça, 33 anos, citou as agressões em audiência
no presídio de Mossoró. Ela falou ainda que irá denunciar a ação por abuso de
autoridade e lesão corporal. Procurada, a PF ainda não se
posicionou sobre o caso.
Na
foto após a prisão, é possível ver que Rogério tem um ferimento no rosto.
Segundo a defesa, a lesão ocorreu após a captura. Com pouco mais de uma hora de
duração, a audiência foi acompanhada por videoconferência pelo Ministério
Público Federal e pela Defensoria Pública da União. Os detentos vão responder
por falta disciplinar em decorrência da fuga.
Deibson Cabral Nascimento, 35 anos, disse só ter recebido ajuda de um amigo paraense. A defesa não se posicionou. Com a fuga inédita de um presídio de segurança máxima, os detentos ganharam apoio da facção Comando Vermelho para escapar, segundo fontes da PF. Eles foram detidos em um comboio com três veículos, um fuzil e quatro comparsas.
Rogério negou ter apontado o fuzil na direção dos agentes antes de ser preso. “Ele disse que, se tivesse tido a chance de pegar o fuzil, não teria sido preso”, contou a advogada. Mas confirmou que um dos agentes atirou durante a abordagem. Um dos agentes da PF que participaram da captura disse que Rogério fez menção de atirar com o fuzil.
Os
fugitivos disseram, ainda, ter sofrido humilhações cometidas por policiais
penais em revista após o retorno ao presídio. “Mandaram que ficassem de
joelhos, como humilhação. Depois, os policiais penais ficaram fazendo chacota
porque eles foram recapturados”, disse Flávia Fróes.
Buscas custaram mais de R$ 6
milhões
As buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró custaram R$ 6.094.889,60 ao governo federal, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em média, o custo foi de R$ 121 mil por dia. Segundo a pasta, esse montante inclui gastos com passagens, diárias, combustíveis, manutenção e operações aéreas feitos pelas forças de segurança envolvidas na operação.
Dados
fornecidos pelo Ministério da Justiça mostram que somente a Polícia Federal
Rodoviária gastou R$ 3,3 milhões durante as buscas. O órgão foi seguido pela
Força Nacional (R$ 1,4 milhão), Polícia Federal (R$ 665 mil) e Força Penal
Nacional (R$ 625 mil).
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