As
pessoas de meia-idade que obtêm quase metade de suas calorias diárias dos
carboidratos vivem vários anos a mais em média do que aquelas que seguem dietas
com muita carne e pouco carboidrato, de acordo com um estudo publicado nesta
sexta-feira (17).
Os
resultados da pesquisa, publicada na revista médica "The Lancet",
colocam em dúvida a moda das dietas "paleo", uma tendência na Europa
e na América do Norte, que que evitam os carboidratos em benefício das
proteínas e gorduras animais. Os
defensores das "dietas paleolíticas" alegam que a mudança rápida, há
10 mil anos com o surgimento da agricultura, dos grãos, dos laticínios e dos
legumes, não deu tempo suficiente ao corpo humano para adaptar-se a estes
alimentos ricos em carboidratos.
O
estudo considera uma alimentação com poucos carboidratos aquela na qual estes
proporcionam menos de 40% do total de energia, embora muitas dietas deste tipo
diminuam esta proporção a 20% ou menos. No
lado oposto, um percentual igual ou superior a 70% de energia procedente dos
carboidratos – massa, arroz, entre outras – também pode reduzir a longevidade,
mas de maneira menos intensa, de acordo com os cientistas.
"As
dietas com poucos carboidratos que os substituem por proteínas ou gorduras são
cada vez mais populares como estratégia saudável ou de perda de peso",
destaca a coordenadora do estudo, Sara Seidelmann, pesquisadora no Brigham and
Women's Hospital de Boston. "Nossos
dados, no entanto, sugerem, que uma dieta baseada nos produtos animais e baixa
em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não
deveria ser incentivada", explica.
Seidelmann
e outros cientistas examinaram os históricos médicos de 15,5 mil pessoas com
idades entre 45 e 64 anos quando iniciaram uma pesquisa sobre saúde – entre
1987 e 1989 – em quatro pontos diferentes dos Estados Unidos. Os
participantes responderam questionários detalhados sobre seus hábitos
alimentares. Ao longo de 25 anos, mais 6 mil deles faleceram. Os
homens e mulheres que obtinham entre 50% e 55% de suas calorias dos
carboidratos viveram em média quatro anos a mais que as pessoas com dietas
reduzidas em carboidratos, e um ano a mais que aquelas com alimentação de
índice elevado em carboidratos.
G1
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