Mais
de 450 pessoas ficaram feridas, e cerca de 30 foram detidas, durante uma
manifestação nesta sexta-feira em Bucareste contra o governo socialdemocrata da
Romênia, anunciou a polícia romena neste sábado (11).
Cerca de 80 mil romenos,
entre eles milhares de expatriados que voltaram para seu país para participar
dessa manifestação, concentraram-se na praça Vitória, na capital, Bucareste,
para denunciar a "corrupção" do governo. Dezenas deles tentaram furar
o cordão policial, lançando pedras e garrafas de água nas forças de segurança,
que reagiram com gás lacrimogêneo e com jatos d'água para dispersar a multidão.
Boa parte dos feridos
recebeu atendimento médico, após inalar o gás lacrimogêneo, enquanto outros
sofreram contusões. Cerca de 30 agentes de polícia também integram a lista de
feridos, e 11 deles foram internados. Após sua volta ao governo no
final de 2016, o Partido Socialdemocrata promoveu uma reforma judicial que,
segundo a oposição, põe em risco a independência judicial e permitirá aos dirigentes
políticos burlar a Justiça.
Em fevereiro de 2017, essa
medida provocou uma onda de manifestações sem precedentes no país desde a queda
do regime de Ceaucescu, em 1989. Outra manifestação está prevista em Bucareste
para este sábado, no fim do dia.
'Intervenção brutal'
O presidente
romeno, de centro direita, Klaus Iohannis, em conflito aberto com a maioria de
esquerda, criticou "a intervenção brutal e desproporcional" das
forças de segurança e pediu à Procuradoria Geral que abra uma investigação
sobre as circunstâncias dessa operação.
Iohannis acusou as
autoridades do Partido Socialdemocrata no poder de "conduzirem o país para
o caos e a desordem". Em duas mensagens no Twitter, o chanceler austríaco,
Sebastian Kurz, "condenou a violência" na manifestação e lamentou que
jornalistas, incluindo um funcionário da televisão pública austríaca ORF,
estejam entre os feridos.
"A
liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são liberdades fundamentais da
União Europeia (...) que têm de ser protegidas de maneira incondicional",
defendeu Kurz, cujo país exerce a Presidência rotativa da UE. Criticada pela
oposição conservadora, o Batalhão de Choque garantiu ter atuado "de
maneira gradual e proporcional", em resposta às ações violentas de dezenas
de "radicais".
G1
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