O número de pessoas
hospitalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) por embolia pulmonar dobrou
desde 2012 no Rio Grande do Norte. Os dados são da Sociedade Brasileira de
Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e apontam que, em 2012, foram 23
internações. No ano passado, até agosto, o número subiu para 46. A condição, de
acordo com Glenda Rocha, presidente da SBACV no RN, é decorrente de pacientes
acometidos por trombose venosa, doença que provoca dor e inchaço nas pernas, às
vezes acompanhada de vermelhidão. Já a embolia é caracterizada por um coágulo
no pulmão que, em casos graves, pode provocar morte súbita.
Curiosamente,
segundo o levantamento da SBACV, os dados apontam para uma redução de 62,2%, no
Estado, do número de internações no SUS em razão de casos de trombose venosa –
os registros caíram de 448 em 2012 para 169 no ano passado (dados de janeiro a
agosto de 2023). Uma possível explicação para o cenário, conforme Glenda Rocha,
que além de presidente da SBACV-RN, é cirurgiã vascular, é de que os casos de
trombose venosa sem gravidade estão sendo tratados, a maioria, em casa.
Outra
possibilidade, segundo afirma, é a de que pacientes têm evoluído para embolia
pulmonar em razão do não tratamento inicial da trombose ou até mesmo por causa
do agravamento clínico desta, mesmo que com uso da terapia medicamentosa
adequada. “O grande risco de trombose venosa na fase aguda é justamente o
trombo se soltar e entupir uma artéria do pulmão, provocando a chamada embolia
pulmonar. Ela [a embolia] vai ser tão mais grave quanto maior for o tamanho do
coágulo. Existem casos leves, que passam até despercebidos, e existem embolias
pulmonares gravíssimas, em que o paciente morre subitamente”, esclarece a
médica.
“Então,
a grande preocupação de um cirurgião vascular quando começa a tratar um
paciente é justamente tentar evitar que a embolia pulmonar aconteça”, completa.
Para evitar a evolução, é primordial ter atenção aos primeiros sinais de
trombose venosa, segundo Rocha. Os sintomas principais são dor e inchaço na
perna, mas há casos em que o paciente apresenta vermelhidão na região afetada.
“É
importante procurar um médico logo nos primeiros sintomas. Quanto mais cedo
iniciar o tratamento, melhor, para evitar a síndrome pós-trombótica e a embolia
pulmonar”, orienta a cirurgiã. Os fatores de risco são idade, tabagismo, uso de
anticoncepcional, imobilização e trombofilias, que são doenças onde a pessoa
tem tendência a fazer trombo.
Via: Tribuna
do Norte
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